Odonata é estudado a bastante tempo, entretanto possui duas grandes lacunas para o conhecimento da ordem na região neotropical. A primeira consiste em áreas muito diversas e pouco estudadas, como as regiões norte e nordeste do Brasil, sendo a última a com menor número de trabalhos e espécies registradas para o grupo. A segunda fronteira para a Ordem é a falta de conhecimento sobre a fase larval, a maioria dos trabalhos são voltados para os adultos, tornando emergêncial a resolução destas lacunas. As alterações ambientais surgem causando modificações na fauna local de Odonata em diversas regiões. A região oeste da Bahia passa por um processo rápido de expansão agrícola, o que modifica a paisagem e influencia a biodiversidade local. Essa região possui poucos trabalhos com a Ordem Odonata. Assim, objetivo deste trabalho foi ampliar o conhecimento da fauna de Odonata no Oeste da Bahia, com ênfase nos estágios larvais. Para isso, foram realizadas coletas no Oeste Baiano no ano de 2018, em 35 pontos em que foram obtidos adultos e larvas, sendo esta última criada em condições de laboratório para futura classificação taxonômica. A identificação dos adultos e suas larvas associadas resultou em 57 espécies distribuídas em 39 gêneros e 8 famílias, com 45 novos registros para o Estado do Bahia, o que aumenta o número de espécies do estado de para 88 espécies registradas. São descritas as larvas de dez espécies: Tigriagrion aurantinigrum Calvert, 1909, Acanthagrion cuyabae Calvert, 1909, Cyanallagma ferenigrum De Marmels, 2003, Neoneura sylvatica (Selys, 1886), Peristicta jalmosi Pessacq & Costa, 2007, Protoneura tenuis Selys, 1860, Archaeogomphus infans (Ris, 1913), Elga newtonsantosi Machado, 1992 e Gynothemis venipunctata Calvert in Ris,1909, além de mapas de distribuição para cada família registrada. Foi realizado um estudo da relação entre as alterações causadas pela expansão agrícola e a comunidade de Odonata, no qual constatamos que as assembleias de larvas de Odonata são influenciadas pela presença de floresta de maneira indireta e enquanto as variáveis correlacionadas diretamente a água exercem uma influência maior nos táxons. Fatores abióticos da água, como a temperatura, o pH, e a condutividade são fatores determinantes para entender a composição da comunidade de Odonata no Oeste da Bahia, sendo influenciada principalmente pela temperatura e condutividade elétrica da água e o percentual de vegetação, fatores que se correlacionam em um ecossistema.