As preocupações e discussões sobre alternativas para a gestão adequada dos resíduos sólidos têm se aprofundado nos últimos anos, sobretudo, em razão da elevação do ritmo de produção, em virtude da disseminação do consumo desenfreado. Diante disto, o presente trabalho teve como objetivo analisar a gestão dos resíduos sólidos em municípios do Semiárido e suas consequências socioambientais. Para tanto, foram investigados os cinco municípios atendidos pelas estações de transbordo de Apodi e Caraúbas, no estado do Rio Grande do Norte. O estudo seguiu o método de classificação positivista, de cunho qualitativo e quantitativo multimetodológico, utilizando-se de ampla variedade de procedimentos e instrumentos, como: revisão sistemática, survey, mapeamento com VANT, avaliação de impacto ambiental (AIA) e, por fim, elaboração de propostas para o planejamento e gerenciamento ambiental dos resíduos sólidos. A cumulação dos resultados apontou que, mesmo 10 anos após a sanção da Política Nacional de Resíduos Sólidos, os municípios, ancorados na ausência de recursos, infraestrutura insatisfatória e deficiência técnica, ainda desenvolvem uma gestão de resíduos precária, com modelo rudimentar, utilizando-se, inclusive, do lixão como local de descarte. Tal conjuntura sentencia o meio a diversos impactos ambientais, contaminando o solo, ar, água e interferindo diretamente na fauna, flora e no ecossistema local. Esse contexto reverbera no dia-a-dia dos moradores, principalmente dos que habitam no entorno dos lixões, ampliando o estado de vulnerabilidade e danos sociais, já que, em sua maioria, não contam com acesso a água tratada, saneamento básico ou coleta de lixo. Por fim, diante da realidade encontrada, foram confeccionadas medidas para a implementação do planejamento e gerenciamento de resíduos sólidos, através de procedimentos preventivos e corretivos capazes de evitar ou mitigar os impactos ambientais e danos sociais oriundos do modelo de gestão e disposição final dos resíduos sólidos nos municípios do Semiárido.