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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
HISTÓRIA (25003011019P6)
ENTRE O GLAMOUR E A MARGINALIDADE: a travestilidade no Diário de Pernambuco (1970-1985)
ANNE RAQUEL DA SILVA NASCIMENTO
DISSERTAÇÃO
29/09/2022

Diante dos processos e estigmas que violentaram e invisibilizaram as dissidências de gênero e sexualidade durante o período da ditadura (cis)hétero-civil-militar, e até mesmo antes, nossa discussão se propôs a resgatar a memória das travestis que viveram em Pernambuco e o direito à memória. Desse modo, tivemos a oportunidade de contribuir com a inserção e respeitabilidade dessas corpas numa História que, por muitos anos, foi e continua sendo machista, transfóbica, homofóbica e racista. Esta pesquisa teve como objetivo compreender aspectos relacionados à travestilidade no jornal Diário de Pernambuco e os reflexos das relações entre a sociedade, as dissidências de gênero, a subjetividade e a construção da corporalidade entre 1970 e 1985. Por isso, para formar o nosso corpus, selecionamos reportagens que noticiavam fatos relacionados com a travestilidade, desde a sua marginalização até a exaltação de performances artísticas e comportamentos no geral. O jornal Diário de Pernambuco foi escolhido como cenário dessa trama por, até hoje, ter uma grande circulação no Estado e por alcançar diversos setores da sociedade pernambucana. Sendo assim, encontramos em suas páginas o que seria um espelho do imaginário que vinha sendo construído à época. Consequentemente, para construir o nosso aporte teórico-metodológico, utilizamos nessa pesquisa os teóricos que desenvolvem conceitos de gênero, sexualidade e suas ramificações. Já a análise do periódico realizou-se sob a óptica da Micro-História, uma vez que reduzimos a escala de observação ao analisarmos os aspectos que, no macro, poderiam passar despercebidos. Por meio dos instrumentais apresentados, verificamos que, por mais que a maioria dos discursos sobre as corpas travestis as colocassem em situação de margem e as tornassem alvos principais da perseguição moral e conservadora, não era mais um “fazer travesti” que estava em jogo, mas um “ser travesti”. A travestilidade desafiava as normas morais e comportamentais ao ocuparem os espaços destinados apenas para os corpos cisheteronormativos.

travestis;discurso;jornais;queer.
Frente a los procesos y estigmas que violaron e invisibilizaron las disidencias de género y sexualidad durante el período de la dictadura (cis)hetero-cívico-militar, e incluso antes, nuestra discusión tuvo como objetivo rescatar la memoria de las travestis que vivían en Pernambuco y el derecho a la memoria. De esta manera, tuvimos la oportunidad de contribuir a la inserción y respetabilidad de estos cuerpos en una Historia que, durante muchos años, fue y sigue siendo sexista, transfóbica, homofóbica y racista. Esta investigación tuvo como objetivo comprender aspectos relacionados con la travestilidad en el diario Diário de Pernambuco y los reflejos de las relaciones entre la sociedad, las disidencias de género, la subjetividad y la construcción de la corporeidad entre 1970 y 1985. Por lo tanto, para formar nuestro corpus, seleccionamos artículos que relataran hechos relacionados con la travestilidad, desde su marginación hasta la exaltación de las performances y comportamientos artísticos en general. El diario Diário de Pernambuco fue elegido como escenario de esta trama porque, hasta hoy, tiene una gran circulación en el Estado y por llegar a diferentes sectores de la sociedad pernambucana. Así, encontramos en sus páginas lo que sería un espejo del imaginario que se estaba construyendo en ese momento. En consecuencia, para construir nuestro aporte teórico-metodológico, utilizamos en esta investigación, entre otros, a la historiadora Joan Scott, la filósofa Judith Butler, la investigadora y transfeminista Viviane Vergueiro y el filósofo Paul Preciado quienes desarrollan los conceptos de género, sexualidad y ramificaciones. en sus investigaciónes. El análisis de la revista se realizó desde la perspectiva de la Micro-Historia, método de análisis desarrollado por el historiador Carlo Ginzburg, que consiste en reducir la escala de observación. Mediante el uso de la Micro-Historia, fue posible analizar los aspectos que, en la macro, podrían pasar desapercibidos. A través de los instrumentos presentados, comprobamos que, si bien la mayoría de los discursos sobre los cuerpos travestis los colocaban en una situación marginal y los convertían en los principales objetivos de la persecución moral y conservadora, ya no era un “hacer travesti” lo que estaba en juego, sino un “ser travesti”. La travestilidad desafió las normas morales y de comportamiento al ocupar espacios destinados únicamente a cuerpos cisheteronormativos.
travestis;, discurso,;periódicos,;queer.
1
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PORTUGUES
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
O trabalho possui divulgação autorizada
Anne_Nascimento_dissertao.pdf

Contexto

HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA REGIONAL
CULTURA, POLÍTICA E RELAÇÕES DE PODER
Historiografia e Teoria Queer: diálogos e caminhos possíveis

Banca Examinadora

NATANAEL DUARTE DE AZEVEDO
DOCENTE - PERMANENTE
Sim
Nome Categoria
WALTER VALDEVINO DO AMARAL Participante Externo
MARIA EMILIA VASCONCELOS DOS SANTOS Docente - PERMANENTE
NATANAEL DUARTE DE AZEVEDO Docente - PERMANENTE

Vínculo

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Não
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