A pandemia de COVID-19 causada pela disseminação do coronavírus SARS-CoV-2 causou o colapso dos sistemas de saúde e altas taxas de mortalidades em várias partes do mundo. Para conter a propagação do vírus, a OMS recomendou várias medidas emergenciais incluindo a triagem e testagem populacional para detecção precoce do SARS-CoV-2. Estudos prévios mostraram o desenvolvimento de uma metodologia alternativa de diagnóstico molecular que permite a detecção do vírus por meio da reação de transcrição reversa seguida pela amplificação isotérmica mediada por loop (RT-LAMP). Neste estudo, aplicamos a RT-LAMP em amostras positivadas, colhidas a partir de um laboratório comercial de análises clínicas da cidade de Santarém, região Norte do Brasil, com o objetivo de demonstrar a eficiência e o potencial do método para uso em unidades básicas de saúde e hospitais locais. Foram analisados 40 casos de COVID-19, que revelaram maior frequência da etnia parda (83%) e na faixa etária de 40 a 49 anos (28%). Os sintomas clínicos mais frequentes foram: tosse (21,1%), febre (17,8%), dor de garganta (16,7%) e cefaleia (15,6%). O teste de RT-LAMP foi realizado em 32 amostras de secreção nasofaríngea e confirmaram a positividade em 28 amostras (87,5%) e resultaram 4 amostras falso-negativo (12,5%). A ocorrência de resultado falso-negativo indica uma limitação da técnica RT-LAMP, que pode ser explicada por amostras com baixa carga viral. A taxa de falso-negativo observada é compatível com os dados da literatura. Os resultados apoiam o uso da RT-LAMP para testagem molecular da COVID-19 em unidades básicas de saúde, desde que respeitadas as condições limitantes do teste.