Alfonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro, no dia 13 de maio de 1981. Lima Barreto, conforme o próprio autor se identificava, era um escritor profícuo que testemunhou e retratou, nos seus romances, contos e ensaios, as grandes transformações da vida sociopolítica do Brasil, no final do século XIX e início do século XX. Essas transformações, entretanto, não beneficiaram, de modo equitativo, as diversas classes sociais do Brasil da época. A marginalidade das classes desfavorecidas, que ocorreu no período colonial, se acentuou ainda mais com a proclamação da República do Brasil, quando pobres, sendo brancos, mestiços ou negros recém-libertos, foram expelidos dos bairros abastados para periferia. Lima Barreto entendeu que a marginalidade se fez presente cedo na sua vida, por ele ter sido descendente de ex-escravos, por parte de mãe e de pai. Lima Barreto foi, portanto, um escritor marginalizado que denunciou com rigor as injustiças sociais e satirizou a elite intelectual do Brasil. Neste contexto, os textos do escritor constituem um acervo documental que retrata diversas manifestações da marginalidade no Rio de Janeiro da virada do século XIX. Esta pesquisa pretenderá apontar os efeitos da marginalidade nos contos “O Homem que sabia javanês”, “O Moleque” e “Cló”, onde mais abundam. O trabalho terá como objetivo principal comentar, com enfoque na marginalidade, o processo de versão desses contos do português para o inglês. Com esse intuito, será necessário entender primeiramente como a marginalidade se faz presente tanto na vida quanto na obra do autor, considerar o posicionamento do autor em relação à sua criação literária e o posicionamento da crítica em relação à sua obra, para depois apresentar os comentários da tradução.