A obra cinematográfica é um instrumento pedagógico que pode contribuir com o processo de formação crítica dos estudantes. O Proeja tem em seu Documento Base (2007) um compromisso assumido com a formação politécnica, em que a arte deve ser contemplada no currículo no sentido de fomentar a compreensão e análise crítica da realidade na qual o estudante trabalhador está inserido. Iniciativas como a Lei 13006/14 reforçam tal importância ao instituir a obrigatoriedade da exibição do cinema nacional nas escolas. O objetivo desta pesquisa foi analisar as contribuições, possibilidades e limites do uso do filme em sala de aula, buscando evidenciar em que sentido a arte cinematográfica na educação profissional contribui para a formação de estudantes trabalhadores. Para tanto, a partir de questionários e entrevistas semiestruturadas, buscou-se compreender como tem ocorrido o acesso de um grupo de estudantes do Proeja do IFSP Campus Sertãozinho ao cinema dentro e fora da escola. A partir da exibição do longa-metragem nacional “Que horas ela volta?” foi realizado um cinedebate, onde os alunos expressaram suas compreensões da experiência. Este cinedebate, enquanto instrumento pedagógico, constitui o produto desenvolvido e analisado por este estudo. Tendo como aporte teórico central autores da escola de Frankfurt e a literatura nacional e específica sobre cinema na escola, conclui-se que o cinema nacional com temática social crítica proporcionou momentos de reflexão e contribuiu para a ampliação do repertório artístico e cultural dos estudantes. Indica-se, portanto, ações que ultrapassem os esforços individuais e ofereçam substantivo acesso à arte na educação profissional de jovens e adultos como proposta de política pública permanente na garantia da educação básica, gratuita e de qualidade socialmente referenciada.