Este projeto se trata de uma pesquisa realizada no ensino médio integrado do IFSul câmpus Passo Fundo, com o intuito de verificar as percepções dos alunos sobre direitos humanos, apresentando um produto educacional visando contribuir com a concepção de educação integral. A questão problema do trabalho focou na pergunta: de que forma as atividades sobre direitos humanos no ensino médio integrado contribuem com os objetivos de uma formação integral dos estudantes no IFSul câmpus Passo Fundo? O objetivo geral era analisar a contribuição das atividades propostas sobre direitos humanos para os estudantes do ensino médio integrado do IFSul câmpus Passo Fundo, levando-se em consideração os conceitos da formação integral. Os objetivos específicos, por sua vez, eram: compreender a concepção dos direitos humanos; entender a formação integral; conhecer o nível de conhecimento dos estudantes do ensino médio integrado do câmpus Passo Fundo sobre direitos humanos; propor e aplicar oficinas que pudessem contribuir na formação omnilateral; verificar, após a aplicação do produto, a sua efetividade na tentativa de solução do problema. Sobre a metodologia, a pesquisa se qualifica, quanto aos objetivos gerais, como descritiva e, também, exploratória. Quanto aos métodos, caracteriza-se como pesquisa-ação. Sobre a abordagem, a pesquisa é qualitativa. Em relação aos instrumentos de pesquisa, foram usados questionários. Quanto à análise de dados, foram utilizadas categorias. Em relação ao referencial teórico, foram abordados esses principais conceitos: pesquisa referente ao estado da arte; fundamentos da formação integral, tratando as questões da omnilateralidade e politecnia; concepções de Direitos Humanos; relação entre o ensino médio integrado e a educação em direitos humanos. A partir do questionário inicial aplicado em 40 estudantes, os principais resultados obtidos foram: os problemas mais relatados dentro do IFSul foram o bullying e o preconceito de gênero; na realidade familiar dos estudantes, os problemas mais comentados foram o racismo e a homofobia; em relação aos conhecimentos teóricos sobre direitos humanos, notou-se que uma boa parcela dos alunos os enxerga como defesa de criminosos; por fim, verificou-se que vários estudantes demonstraram não saber o que fazer ao sofrer ou presenciar violações aos direitos humanos. A partir desses resultados centrais, foi elaborado o produto educacional composto de quatro oficinas online, cinco entrevistas com pessoas que tiveram vivências na área de direitos humanos e o site contendo todos os materiais e atividades realizadas pelos participantes e pela pesquisadora. Foram convidados 17 dos 40 estudantes, sendo que 2 deles não iniciaram nenhuma das oficinas e 13 deles participaram de mais de dois encontros. As oficinas englobaram materiais teóricos e atividades práticas. Após a aplicação das oficinas, os participantes as avaliaram de forma preponderantemente positiva. As principais sugestões para trabalhos futuros foram: trazer os entrevistados para um momento síncrono ou presencial com os participantes; apresentar mais informações sobre direitos da comunidade LGBTQIA+; bem como aumentar o tempo e aprofundamento das oficinas. Por fim, sobre a pergunta central da pesquisa, concluiu-se que as oficinas sobre direitos humanos no EMI contribuíram para uma formação integral, especialmente, ao oportunizarem aos estudantes realizarem atividades práticas, culturais e artísticas, nas quais eles mesmos puderam construir conhecimentos por meio de seus talentos (textos, poemas, desenhos e outras produções); ao propiciar diálogos em que os alunos puderam trocar experiências; ao trazer relatos reais de pessoas que vivenciam a luta pelos direitos humanos no cotidiano (entrevistas).