O presente trabalho tem como objetivo debater como o conceito de território aparece nas Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo. Para a sua realização foi feita uma revisão bibliográfica sobre as principais questões que permeiam o currículo e a Educação do Campo (EdoC), pois ambas são palco de disputas por poder. A EdoC é um conceito em movimento e sua discussão conceitual também participa deste movimento da realidade exigindo que seja pensada/trabalhada sempre na tríade: Campo - Política Pública – Educação. Logo, ela nasceu da mobilização dos movimentos sociais para a implementação de uma educação para as comunidades camponesas na luta contra a perda de sua identidade e território. Ao buscar compreender as relações que se dão no espaço geográfico por meio das perspectivas de território, percebe-se que sua matriz encontra-se na relação do homem com a terra, ou seja, com seu espaço vivido e com as relações que ali construiu. Nesta percepção, o conceito é formado por distintos significados culturais, materiais, históricos, sociais e naturais, ou seja, o território é concebido por meio das relações sociais tanto no sentido simbólico quanto nas relações de poder, formando-se na consolidação das relações sociais. Espera-se com isso, demonstrar a necessidade da existência de um currículo capaz de considerar os sujeitos em processo de subalternização, retirando o teor eurocêntrico e as perspectivas contadas pelo viés do colonizador ou da classe conservadora. Por meio da Pedagogia do Movimento será possível pensar novas formas de sociedade, trabalho e futuro através de sujeitos coletivos que são libertos da opressão e encontram em si o verdadeiro propósito da luta por uma educação para o campo. As contribuições das diferentes pedagogias ao longo da história possibilitaram ao movimento pensar a historicidade, uma vez que o território “campo” é concebido por meio de distintas e complexas relações ao longo da história. Por isso, também se faz necessário apresentar a interculturalidade crítica como diálogo entre as territorialidades como uma ferramenta anti-hegemônica que possa contribuir para que os debates sejam mais assimétricos, buscando dar força aos movimentos sociais e aos moradores do campo. Deste modo, afirmar o território tanto nas diretrizes quanto na EdoC torna-se cada vez mais imprescindível diante do contexto atual, pois espera-se que os alunos e as alunas do campo possam ter acesso à escola e educação que lhes é de direito.