Objetivou-se avaliar a eficácia de antimicrobianos naturais (ANs) em comparação aos sintéticos (ASs) no controle do biofilme e contagem de microrganismos (MOs), por meio de uma revisão sistemática (RS) (artigo 1); realizar uma revisão de literatura sobre os benefícios da própolis na saúde bucal (capítulo de livro 1); investigar, por meio de revisões bibliométricas, a aplicabilidade e o efeito de produtos com xilitol na área da saúde (artigo 2) e a eficácia de dentifrícios com xilitol (DX) ou própolis (DP) frente a condições bucais (capítulo de livro 2); verificar, por meio de um ensaio clínico cruzado e randomizado (ECR), o efeito de pastilhas de xilitol com (PXP) e sem (PX) própolis vermelha, sobre parâmetros salivares, biofilme e aceitabilidade sensorial de adolescentes (artigo 3); além de avaliar a influência da dieta na saúde bucal de crianças e adolescentes por meio de uma revisão bibliométrica (artigo 4). Para os estudos de revisão, buscas eletrônicas foram feitas no PubMed, Scopus, Cochrane Library, Web of Science, BVS e EMBASE. Na RS, avaliaram-se o risco de viés e o nível de evidência. Metanálises (MAs) foram realizadas de acordo com a influência dos ANs sobre o índice de placa (IP), a redução do biofilme ao longo do tempo e a contagem de MOs. Análises descritivas dos dados bibliométricos foram realizadas no VantagePoint® e SPSS. No ECR, indivíduos entre 10 e 19 anos (n=29), saudáveis, sem cavidades de cárie, foram alocados aleatoriamente nos grupos, PXP e PX, com 30 dias de washout, para consumo de 2 pastilhas/dia (às 10h e 17h) por 7 dias. A saliva foi coletada antes (t0), imediatamente (t1) e 7 dias (t2) após o consumo de PXP e PX, para análise do fluxo, pH e capacidade tampão. Analisaram-se as diferenças das médias, em t0 e t2, de polissacarídeos extracelulares (PEC), microrganismos totais (MT) e Streptococcus spp. (Ss) do biofilme. A variabilidade de MOs foi avaliada usando MALDI-TOF. O questionário de aceitabilidade sensorial/intenção de compra foi respondido em t2. Utilizaram-se os testes t pareado e Wilcoxon (α=0,05). Na RS, 16 estudos foram selecionados para síntese qualitativa, dos quais 12 foram incluídos nas MAs. Os ANs foram menos eficazes na melhora do IP (p<0,01, I2> 87%) e na redução do biofilme ao longo do tempo (p<0,01, I2>87%), mas foram semelhantes aos ASs na redução de MOs (p=0,3, I2=0%). A qualidade da evidência variou de moderada a baixa. Relatou-se, por meio da revisão de literatura, que produtos com própolis podem apresentar atividade antimicrobiana, anti-inflamatória, antioxidante e anticâncer. Estudos sobre xilitol (n=257) foram realizados, em sua maioria, na área de odontologia (73,9%) e para avaliação da atividade antimicrobiana (38,5%). A posologia e a concentração variaram entre 0,004-67 g/dia e 0,002-100%, respectivamente. Efeito positivo foi observado em 79,3% dos estudos e foi associado à concentração de xilitol ≥15% (p=0,007). Efeitos adversos (8,2%) foram associados à posologia ≥5 g/dia (p=0,03). Estudos com DX (n=41) e DP (n=22) utilizaram os dentifrícios como tratamento principal (95,2%), para controle do biofilme (36,5%) e exibiram efeito positivo sobre a saúde bucal (85,7%). A concentração de xilitol e própolis variou de 1 a 49%. Náusea ou queimação gengival (3,2%) e coceira inicial (1,6%) foram relatadas para DP e DX, respectivamente. No ECR, observou-se aumento dos parâmetros salivares apenas em t1, sem diferença entre PXP e PX (p>0,05). Não houve diferença de MT entre os grupos (p=0,177), porém PX foi mais eficaz na redução de Ss (p=0,01). A variabilidade de MOs do biofilme diminuiu para ambos os grupos, mas não houve redução de PEC intra e intergrupos (p≥0,090). A aceitabilidade sensorial foi de 78,2% para PXP e 82,3% para PX (p=0,607), com maior intenção de compra para PX (p<0,001). Estudos sobre dieta e saúde bucal (n=214) foram em sua maioria transversais (60,3%), apenas com crianças (64%) e realizaram avaliação de cárie (95,8%). A consistência da dieta não influenciou na saúde bucal. Observou-se associação positiva entre cárie e açúcares (91,2%), lanches (82,9%), hábitos alimentares noturnos (75%) e exposições ≥3×/dia (7%). Conclui-se que, embora ANs sejam semelhantes aos ASs na redução de MOs, são menos eficazes na melhora do IP e na redução de biofilme ao longo do tempo. Produtos naturais, como o xilitol e a própolis, apresentam propriedades biológicas que favorecem sua utilização na manutenção da saúde bucal. Não houve diferença entre PXP e PX nos parâmetros salivares. Apenas PX reduziu o número de microrganismos do biofilme. PXP e PX apresentaram boa aceitabilidade sensorial, com maior intenção de compra para PX. A consistência da dieta não influenciou na saúde bucal, mas a composição e a frequência da dieta foram associadas à cárie dentária.