Este trabalho trata das crenças de professores e alunos quanto ao ensino remoto de língua portuguesa. Pesquisas sobre crenças e suas implicações para o ensino-aprendizagem vem sendo discutido dentro da Linguística Aplicada. O contexto da pandemia, causado pelo novo corona vírus, levou as instituições de ensino a adotar o sistema de aulas remotas. Essas, por sua vez, embora possa ser efetivado a partir de uso de tecnologias digitais ou não, acabou por elevar a inserção e uso das tecnologias digitais como meio viável para desenvolvimento das aulas, nessa conjuntura, convém compreender as crenças de professores e alunos quanto ao uso das tecnologias digitais nas aulas de língua portuguesa. Nesse sentido, o objetivo geral da pesquisa é investigar as crenças de professores e de alunos quanto ao uso das tecnologias digitais para o ensino-aprendizagem de língua portuguesa frente ao ensino remoto emergencial. A fundamentação teórica constitui-se dos estudos de Barcelos (2001, 2004, 2006, 2007), Oliveira (2011), Abrahão (2006) que tratam sobre crenças; Valente (2018), Kenski (2006), Souza (2017) que tratam sobre tecnologias digitais; Hodges (2020), Galvão; Saviani (2020), Caetano (2020) que versam sobre o ensino remoto e Antunes (2003), Ribeiro (2020) que tratam do ensino de língua portuguesa, além dos documentos norteadores como BNCC e PCNEM. A pesquisa situa-se no campo dos estudos das ciências humanas aplicadas à educação; segue a abordagem qualitativa, utiliza a técnica de estudo de caso e coleta dados através de observação, questionário e notas de campo. Para análise e tratamento dos dados recorre à técnica de análise de conteúdo, suportada pela utilização do software de apoio à análise qualitativa webQDA (Qualitative Data Analysis Software). Os resultados mostram que tanto professores como alunos possuem crenças positivas quanto ao ensino remoto de língua portuguesa, todavia, os resultados dos alunos apresentam também crenças negativas; Há disparidade acerca de uso de algumas tecnologias utilizadas por alunos e professores, com isso há possibilidade de potencializar o uso de redes sociais para o ensino-aprendizagem de língua portuguesa no sentido de promover maior engajamento e proporcionar o desenvolvimento de habilidades como protagonismo, autonomia, reflexão e criticidade acerca do ensino-aprendizagem de língua portuguesa mediado por tecnologias digitais.