Visões geográficas acerca de obras literárias têm se tornado comum no âmbito da pesquisa científica, por meio de observações e análises relacionadas às categorias pertinentes à Geografia. Diante disso, faz-se necessário que essa abordagem possa contribuir para o âmbito do ensino básico, de modo que favoreça um ensino interdisciplinar tão preconizado na Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017). Nesse sentido, esta pesquisa traz como objetivo geral relacionar a metodologia da tertúlia literária dialógica ao desenvolvimento da competência comunicativa para a aprendizagem de Geografia pela Literatura. Para isso, quanto aos aspectos metodológicos, nossa pesquisa se caracteriza como sendo de natureza hermenêutica e de abordagem qualitativa, dos tipos bibliográfica, documental e de campo. Nossa motivação para pesquisar essa temática está relacionada, em um primeiro momento, à fascinação pessoal pelo universo literário, que desencadeou ainda na graduação a curiosidade de realizar interpretações geográficas de obras literárias. Em segundo lugar, a vivência do estágio, onde nos deparamos com uma situação em que Geografia e Literatura eram postas em um mesmo ambiente, porém, sem o devido estabelecimento de conexões entre ambas. A partir disso, trazemos a análise de duas obras literárias: A menina que roubava livros, de Markus Zusak (2011) e A culpa é das estrelas, de John Green (2012). Por meio delas, traçamos correspondências geográficas que tornam possível a sua utilização no Ensino Médio. Através da realização de tertúlias literárias dialógicas, trabalhamos essas obras juntamente com alunos do ensino médio, quando, por meio do seguimento de seus princípios, e tendo como base o agir comunicativo, conseguimos realizar debates produtivos e ampliar seus horizontes no que se refere à presença da Geografia em nossa dia a dia, bem como nas obras literárias.