Neste texto encontramos um resgate histórico da prestação de serviços de saúde no Brasil, bem como sua constituição enquanto sistemas assistenciais. Procuramos retomar as bases de constituição desses sistemas e seu vínculo com a manutenção da força de trabalho formal, desnudando o elo desses serviços com a organização espacial, que dentro do sistema capitalista responde como um meio facilitador do processo produtivo. A retomadas dessa trajetória foi feita com o objetivo de entender a origem e o processo de permanência da desigualdade no acesso aos serviços de saúde no país. Alcançando nossa base teórica, procuramos trabalhar com números oficiais, disponibilizados em pesquisas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2003, 2008), a Pesquisa Nacional de Saúde (PSN 2013), a partir desses dados analisamos um recorte temporal de dez anos (2003-2008-2013), e chegamos ao cenário que corrobora com a hipótese, de que a os serviços de manutenção a saúde responde, inicialmente a uma lógica de controle e manutenção de determinada parcela da população, em articular a classe trabalhadora, confirmando a existência da desigualdade no acesso e utilização dos serviços, bem como, o vínculo do acesso efetivo em relação as pessoas com vínculo formal de trabalho, havendo um crescimento nos indicies de acordo com ascensão no nível de renda mensal disponível. Os dados utilizados também comprovaram a importância do Sistema Único de Saúde – SUS, como meio de acesso aos serviços por parte da população que não possuía vínculo empregatício ou renda ou pertenciam aos grupos com menores rendimentos. Ressaltando o papel do SUS enquanto uma resposta efetiva, construída socialmente, contra o processo de capitalização da saúde, que visa a acumulação de capital em detrimento do acesso igualitário aos cuidados necessárias a saúde.