Ainda que muitos sejam os trabalhos de pesquisa já realizados sobre a realidade da Educação Superior no Brasil, justamente por sua natureza complexa e multiforme, reconhece-se a importância de esforços científicos contínuos para compreender os desafios que despontam na experiência do universitário. Para tanto, encontrou-se na Teoria Social Cognitiva sobre autorregulação da aprendizagem e autoeficácia, especialmente provenientes dos escritos de Zimmerman (2002), Albert Bandura (2008) e Pedro Rosário (2019), um sistema teórico robusto e de grande representatividade acadêmica, considerado adequado para a compreensão e leitura dos processos envolvidos na aprendizagem dos universitários. Desse modo, por meio do programa de pós-graduação stricto sensu em Psicologia da Universidade Católica de Petrópolis, propôs-se desenvolver uma pesquisa quantitativa, descritiva e correlacional, a fim de se investigar que relações se podem estabelecer entre a autorregulação de aprendizagem e a autoeficácia no desempenho acadêmico de universitários. Para esta investigação, foi construída a Escala de Estratégias de Desempenho Acadêmico nas Universidades (de autoria deste pesquisador) que foi submetida às respostas em conjunto com a Escala Breve de Autocontrole (BSCS) (de Figueira et al, 2019) e parcialmente a Escala de Autoeficácia na Formação Superior (de autoria de Polydoro & Guerreiro 2010), além de questionário sociodemográfico composto por 12 itens. Participaram da pesquisa 340 estudantes universitários brasileiros, maiores de 18 anos, que responderam de forma online ao conjunto de questionários dispostos em um link do Google Forms. A pesquisa encontrou correlações significativas positivas de intensidade fraca entre todos os fatores de Estratégias de Desempenhos Acadêmico e o domínio de Autoeficácia Acadêmica (r = 0.320-0.110, p < 0.01), o que corrobora com o consenso na literatura sociocognitiva sobre a existência de correlação positiva entre autorregulação da aprendizagem e autoeficácia. Para enriquecer a análise desta amostra, foram também pesquisadas outras correlações (idade; período do curso; estar realizando curso de escolha preferencial; sexo biológico e etc.) a fim de localizar possíveis aspectos significativos para a relação estabelecida na hipótese central. Os resultados destas sugerem a necessidade de estudos posteriores de ampliação das questões levantas, bem como prosseguimento do estudo de validação da Escala de Estratégias de Desempenho Acadêmico nas Universidades (EDA), já em andamento.