Na atual educação profissional e tecnológica ainda existem lacunas que distanciam a formação acadêmica do perfil do profissional contemporâneo, que prioriza habilidades como criatividade, colaboração, trabalho em rede e autonomia. Este fato corrobora para que Universidades e a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica não sejam incluídas no ecossistema de inovação nacional. Diante desta problemática e visando criar um ambiente propício ao desenvolvimento de competências no campo da programação, procurou-se desenvolver uma experiência com estudantes dos Institutos Federais a partir da seguinte pergunta: ― Como estudantes envolvidos na solução de problemas concretos constroem suas redes de conhecimento durante o desenvolvimento de projetos de programação remota? A fim de contribuir com esta questão, a pesquisa tem como objetivo construir um modelo de rede de conhecimento, formada por alunos de informática da Rede Federal de Ensino e que poderão se desenvolver profissionalmente projetando soluções de software para problemas reais do setor produtivo e demais organizações sociais. O caso de uso investigado, teve duas unidades de análise (projetos), onde foram usadas as técnicas de coleta de dados de observação participante, gravações de vídeo, questionários e entrevistas. Os resultados apresentaram o desenvolvimento de competências pelos estudantes participantes, em cinco dimensões chaves, que foram mapeadas em um mapa de maturidade, assim como a experiência promovida pelo modelo de redes entre escolas e organização demonstrou uma alta conectividade e a importância de determinadas tecnologias para a difusão do conhecimento. Seguindo o Modelo 3C de Colaboração foram validados sistemas e práticas de comunicação, coordenação e cooperação, sendo que a última dependia da internet para sincronizar o trabalho colaborativo dos grupos. O modelo de rede alcançado foi identificado como uma inteligência coletiva consciente e revelou as seguintes características fundamentais como resposta à investigação: desafio autêntico, ferramentas open source, liberdade, diversidade, reuniões regulares, apoio mútuo, responsabilidade, registros frequentes e internet. Além de propiciar um canal de troca de saberes entre as unidades que formam a Rede Federal de Ensino, o modelo também destacou que a metodologia usada é capaz de gerar soluções inovadoras, para problemas complexos, por meio da conexão em rede de organizações e instituições educacionais, principalmente para o desenvolvimento de software à distância.