Objetivou-se compilar e apresentar uma série de estudos relacionados ao manejo da hipomineralização molar incisivo (HMI) em relação às tendências mundiais, percepção dos pais e cirurgiões-dentistas, avaliação econômica, protocolo clínico para tratamentos minimamente invasivos e desenvolver dois vídeos informativos sobre a HMI para leigos. Foram desenvolvidos cinco artigos e dois produtos técnicos. No primeiro estudo, uma revisão bibliométrica identificou tendências e lacunas de conhecimento sobre a HMI e hipomineralização de molares decíduos (HMD). Foram incluídos 503 estudos e um aumento significativo de publicações na última década foi notado. A HMI teve mais estudos sobre prevalência/incidência; fatores sistêmicos quanto a sua etiologia e resina composta em relação ao tratamento, com uma lacuna de conhecimento para exodontia. Para HMD, a maioria dos estudos avaliou fatores de risco ou prevalência/incidência e uma lacuna de conhecimento para tratamentos e qualidade de vida foi identificada. O segundo estudo avaliou as preferências dos pais para o tratamento de primeiros molares permanentes (PMPs) com HMI grave, o impacto da intervenção em educação nas escolhas de tratamento e os fatores associados à sua tomada de decisão por meio de um questionário online aplicado a 125 funcionários da Universidade Federal do Rio de Janeiro que possuíam filhos entre 6 e 10 anos de idade. A maioria dos pais possuíam nível de escolaridade elevado e tiveram dificuldade em aceitar o tratamento com diamino fluoreto de prata (DFP) e coroas de aço por questões estéticas. No entanto, a aceitação do DFP aumentou após o recebimento das informações. A preferência em manter o dente devido à idade da criança também foi mais relatada. Além disto, as decisões de tratamento foram influenciadas pela cooperação da criança ao tratamento e idade dos pais. O terceiro estudo avaliou e comparou as percepções, atitudes e experiências clínicas de cirurgiões-dentistas (CDs) brasileiros nos setores público e privado sobre a prevalência, diagnóstico e manejo clínico da HMI, por meio de um questionário online aplicado a 100 CDs. Foi verificado que muitos CDs se sentem inseguros sobre o diagnóstico e tratamento. Não foram encontradas diferenças significativas nas opções de tratamento entre os dois setores. Nos casos leves em incisivos, o acompanhamento foi mais relatado. Para os casos de hipersensibilidade e HMI moderada em PMPs com perda de estrutura moderada, a restauração com cimento ionômero de vidro (CIV) foi preferida; já nos casos de HMI grave com extensa perda de estrutura, a colocação de coroas pré-fabricadas foram as mais citadas. No quarto estudo, foi realizada uma análise de custo-efetividade de diferentes tratamentos restauradores diretos para o tratamento de PMPs com HMI grave, sob a perspectiva do sistema público de saúde brasileiro. Utilizou-se a árvore de decisão para considerar os custos e a taxa de sucesso após 1 ano, e o Markov, considerando um horizonte temporal de 10 anos, em uma coorte hipotética de mil indivíduos. Os resultados mostraram que o tratamento mais custo-efetivo no horizonte temporal e perspectiva avaliado foi o CIV encapsulado. O quinto estudo propôs um protocolo clínico com opções de tratamento minimamente invasivos para o tratamento de PMPs comprometidos por cárie dentária e HMI. Dois produtos técnicos, sob a forma de vídeo, foram desenvolvidos com o intuito de alcançar e educar a população leigasobre a HMI e as opções de tratamento para PMPs com HMI. Os resultados desta tese destacaram um aumento significativo na publicação científica, principalmente na última década, revelando, no entanto, uma escassez de estudos clínicos em tratamentos, especialmente em relação às exodontias. Além disso, os pais demonstraram preferência por tratamentos conservadores para PMPs com HMI grave. A decisão de tratamento foi influenciada pela cooperação da criança, idade dos pais e informações fornecidas a eles. Por outro lado, muitos CDs relataram insegurança no diagnóstico e tratamento da HMI. No entanto, não foram encontradas diferenças significativas nas escolhas de tratamento entre os CDs do setor público e privado brasileiro. Em termos de custo-efetividade, o CIV encapsulado foi identificado como o tratamento mais vantajoso para o sistema público brasileiro.