No último século, deparamo-nos com novas formas de socialização e a escola vem se transformando em uma agência socializadora por excelência. A condição juvenil depende das situações concretas dos alunos, mas também dos processos de vinculação definidos nos seus percursos de vida, onde a forma escolar de socialização
se consagra. Assim, inegáveis são as influências que todos os ambientes de uma escola exercem na formação do educando, nos mais diversos aspectos, como acontece no caso dos espaços que vão além das salas de aula. Diante disso, teve-se como objetivo principal desta pesquisa investigar as contribuições dos espaços
escolares de socialização que se estendem além das salas de aula, para uma formação omnilateral dos alunos do ensino médio integrado, dentro do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais – Campus Barbacena. A importância que o tema da socialização tem na vida escolar de ensino médio e a baixa produção de pesquisas que tentem explicar esse fenômeno, indicam para a necessidade de que tal temática seja constantemente estudada e revista. Esta pesquisa procura, também, investigar em que medida as relações estabelecidas pelos jovens em espaços ou áreas de convivência interferem nas significações de sua
condição juvenil, através das percepções dos alunos e servidores do IF Sudeste MG – Campus Barbacena. Para atender aos objetivos propostos, foi realizada pesquisa no formato de estudo de caso, com aporte teórico à luz dos ensinamentos de autores como Dayrell (1999, 2003, 2007, 2009), Luckesi (2000), Cabrera e Salvi (2005),
Simmel (2006), Durkheim (2007), Brenner, Dayrell e Carrano (2008), Brougère (2010), Martins e Carrano (2011) e Kishimoto (2017). Inicialmente, foram aplicados questionários estruturados aos alunos dos primeiros anos do ensino médio integrado. Após, realizaram-se entrevistas semiestruturadas, onde os depoentes foram
servidores usuários do Centro de Vivência durante o período do seu funcionamento. Buscando abranger todas as dimensões da escola, abordou-se também a temática do lazer e da ludicidade, visto que os espaços escolares de socialização só ganham vida a partir da apropriação e dos significados que lhes são conferidos, sendo a escola um
espaço fecundo para a manifestação do lúdico e vivência do lazer. Os resultados obtidos através da análise dos dados apontam para o interesse da comunidade acadêmica quanto à possibilidade de reabertura do Centro de Vivência, visto que, na sua percepção, o espaço se constitui em um importante campo de socialização.
Considerando tais resultados e com o objetivo de contribuir, caso ocorra a reabertura do Centro, foi desenvolvido, como produto educacional, um Documento Base que buscou compilar todas as características informacionais relativas ao funcionamento do espaço. O objetivo é de que esse protótipo possa ser utilizado em futuras regulamentações, já que o Centro de Vivência não dispõe de qualquer tipo de normatização institucional.