Objetivou-se verificar a correlação entre o grau de severidade clínica e radiográfica de primeiros molares permanentes (PMPs) afetados por hipomineralização molar-incisivo (HMI). Foi realizado um estudo transversal, com pacientes de 6 a 14 anos, atendidos na Clínica de Odontopediatria da FO/UFRJ. Após exames clínicos e radiográfico, foram elegíveis 89 PMPs afetados por hipomineralização em diferentes graus de severidade (leve e severo), que foram fotografados com uma câmera digital e lente macro e radiografados com um sistema digital (placas de fósforo). Destes, 38 foram excluídos por falhas na radiografia, lesões menores que 1 mm, ou dentes com outros defeitos associados, resultando em 51 pares de fotografias e radiografias. Estas foram avaliadas por dois examinadores calibrados segundo os critérios clínicos de Ghanim et al. (2015) e de Cabral et al. (2020) e um critério radiográfico Ekstrand et al. (1995). O teste de Spearman foi utilizado para verificar a correlação entre os índices clínicos e radiográfico (p≤0.05). A idade média dos pacientes incluídos no estudo (n=25) foi de 9,9 ± 2,3 anos, sendo que o gênero masculino (n=18) predominou. Radiograficamente, 88,3% das lesões foram classificadas como iniciais ou dentes hígidos e 11,7% foram classificadas como severas. Clinicamente, somente 45,1% Ghanim et al. (2015) modificado e 47% Cabral et al. (2020) das lesões foram classificadas com HM leve e 54,9% (Ghanim) e 53% (Cabral) foram classificadas como HM severa. A mediana dos escores radiográficos para os dentes classificados clinicamente como 5 ou 6 (severos) foi de 3 (0-5), indicando, radiograficamente, lesões iniciais. Este dado foi confirmado pelas correlações de Spearman obtidas (ρ=0.56, p<0.01 – Ghanim; ρ=0.66, p<0.01 – Cabral). Verificou-se que houve correlação entre os escores de severidade clínica e radiográfica nos dentes afetados pela HMI, no entanto, eles não são equivalentes, sendo que a avaliação clínica apresentou escores mais elevados.