Esta pesquisa tem como objetivo investigar a segregação socioespacial na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ) entre 2010 e 2022, sob a perspectiva racial. A análise parte da necessidade de compreender a formação social que contribuiu para a ocupação do espaço urbano desigual, sua dinâmica e o padrão de moradias na região. Supõe-se que na RMRJ a segregação socioespacial reitera uma estrutura desigual de oportunidades quando considerado o recorte racial, quando combinadas, principalmente, a variáveis demografia, moradia, trabalho e renda, educação e violência. Inicialmente, examinaram-se os aspectos relacionados ao desenvolvimento regional no Brasil e à gestão metropolitana, devido à sua influência na configuração urbana, distribuição de recursos e perpetuação das desigualdades. Além disso, foram abordados aspectos relacionados à formação do espaço urbano fluminense e a constituição de áreas de segregação socioespacial. Por meio de uma abordagem empírica, foram analisadas, qualitativamente, as desigualdades raciais segundo as variáveis: demografia, moradia, trabalho e renda, educação e violência e sua relação com a à distribuição socioespacial da população negra na RMRJ. Verificou-se que as regiões com maiores concentrações de precariedade habitacional são em maioria ocupadas por pessoas negras, além da indicação de que na Baixada Fluminense a distância da metrópole influencia esse grau de precariedade. Ainda, os resultados das análises indicaram que há uma relação entre raça e local de moradia como critério de seletividade quanto à mobilidade social. Assim foi possível confirmar a suposição da pesquisa.