A pesquisa tem como objetivo analisar as Políticas de Enfrentamento à violência contra a mulher, no Brasil, desde a virada do século. Supõe-se que apesar dos avanços, tais políticas estão aquém das demandas imediatas. A pesquisa utiliza-se de pesquisa bibliográfica e documental, cujos dados são analisados qualitativamente. Após a coleta de dados, realizou-se um mapeamento, utilizando-se das principais taxas de criminalidade de violência contra à mulher, em conformidade com as políticas para o seu enfrentamento. A agenda 2030 referente ao tema é utilizada enquanto meta desejável a ser alcançada e parâmetro de análise. Na contextualização desta pesquisa, buscou-se estabelecer uma relação entre o comportamento masculino atual, onde observou-se que o sentimento de posse e poder sobre a mulher, esposa, namorada, remonta a sociabilidade agrária brasileira do Ciclo do açúcar, entre meados dos séculos XVI e XVIII, desde quando se perpetua a violência contra a mulher, influenciando seu modo de vida e modificando seus hábitos e rotinas, ou medo de seus agressores, devido a insegurança e ausência do Estado. Na revisão, algumas variáveis se mostraram relevantes para aumentar o risco de exposição das mulheres à violência: organização espacial urbana, a falta acesso à instrução, o desemprego, alcoolismo, drogas, a baixa escolaridade, e a ausência dos serviços de enfrentamento e acolhimento a essas vítimas em algumas regiões do país. O Brasil reduziu significativamente os homicídios de mulheres, desde a criação da Lei Maria da Penha e da Lei do Feminicídio para cá, mas fica evidente que a violência que atinge mulheres brasileiras, está crescendo significativamente. Este cenário preocupante, aponta para um despreparo, descaso ou omissão do Estado com políticas públicas de acolhimento, prevenção e enfrentamento à violência, especialmente devido ao baixo investimento neste tipo de políticas públicas, nos últimos quatro anos de governo. O que neste sentido corrobora, com a necessidade de maior divulgação e discussão sobre o tema, a fim de favorecer uma melhor qualificação dos órgãos policiais responsáveis pelo atendimento e proteção a essas vítimas. O que se pode concluir do estudo, é que a prática de uma política pública sólida de enfrentamento ao feminicídio, combinada a maiores investimentos, possam ser capazes de reduzir significativamente os índices de criminalidade. Porém, as condições vivenciadas de insegurança, observadas atualmente no país, onde as políticas têm buscado, sem sucesso, resolver os problemas da violência e do enfrentamento ao feminicídio a curto prazo, ou, quando se objetiva um projeto alternativo que vise conscientizar e reduzir a problemática não dispõem de recursos mínimos necessários ou vontade política para garantir sua implementação. Os dados elaborados pelos indicadores sobre violência contra a mulher esbarram, entre outras circunstâncias, na subnotificação dos casos de violência sofrida pelas mulheres, assim como na ausência de pesquisas nacionais específicas relacionadas à violência.