A baixa exposição à luz solar pode desencadear alterações no metabolismo ósseo dos indivíduos. Assim, objetivou-se compilar e qualificar, por meio de uma revisão sistemática, evidências que associaram a baixa exposição à luz solar às alterações ósseas em humanos (Estudo 1); e comparar, a partir de um estudo transversal, a complexidade estrutural do trabeculado ósseo mandibular de crianças expostas às diferentes condições de luz solar (Estudo 2). No Estudo 1, buscas sistemáticas foram realizadas em 7 bases de dados e literatura cinzenta, sem restrição de idioma ou data de publicação. Estudos clínicos e observacionais, que compararam indivíduos mais e menos expostos à luz solar, foram avaliados quanto às alterações ósseas. A qualidade e a certeza da evidência foram determinadas pelos critérios do Instituto Joanna Briggs e Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation (GRADE), respectivamente. De 276 estudos, 4 foram incluídos. Destes, 3 demonstraram associações positivas entre baixa exposição à luz solar e alterações ósseas; 2 apresentaram baixo risco de viés e 2 alto risco de viés. Todos os estudos apresentaram baixo nível de certeza de evidência. No Estudo 2, radiografias panorâmicas digitais (n=120) de crianças com idade de 6 a 9 anos foram incluídas. Consideraram-se dois grupo de estudo, segundo a exposição da criança à luz solar: mais expostas (n=60) e menos expostas (n=60). O software ImageJ® foi utilizado para a análise das imagens radiográficas. Três regiões de interesse (ROI) foram selecionadas na mandíbula para avaliação da complexidade estrutural do trabeculado por meio da dimensão fractal (DF) e intensidade de pixels (IP), sendo elas: ROI1 (região central e superior do ramo); ROI2 (no ângulo); e ROI3 (no corpo). Os valores totais (ROI1 + ROI2 + ROI3) de DF e IP foram comparados quanto à exposição solar e sexo. Utilizaram-se os testes t e Kruskal-Wallis (p < 0,05) para comparação dos valores de DF e IP entre e intra ROI. Da amostra (n=120), 51,7% (n=62) eram radiografias de meninas. Os valores totais de DF e IP foram 3,45 ± 0,32 e 258,30 ± 58,38, respectivamente. Considerando as ROI2 e ROI3, os valores de DF em crianças menos expostas (3,60 ± 0,29) foram maiores que daquelas mais expostas (3,31 ± 0,29) (p=0,000). Não foi observada diferença entre os sexos (p=0,607). Os valores totais de IP entre as crianças mais e menos expostas (p=0,735), e entre meninos e meninas (p=0,553) foram semelhantes; porém, apenas na ROI2 das crianças menos expostas (62,76 ± 20,48), observou-se diferença (p=0,013) em comparação às mais expostas (78,30 ± 65,20). Conclui-se que existe associação positiva entre baixa exposição à luz solar e alterações ósseas em humanos; porém, com baixa certeza de evidência. E, crianças menos expostas à luz solar possuem valores de DF maiores que daquelas mais expostas, interferindo na complexidade estrutural do trabeculado ósseo mandibular. Entretanto, não existe a associação do sexo e os valores totais de IP às diferentes condições de exposição à luz solar.