Objetivou-se avaliar e comparar as propriedades físicas, químicas e mecânicas de diferentes marcas comerciais de cimentos de ionômero de vidro para cimentação incorporados com óxido de grafeno (OGr) reduzido a 0,25%, 0,5% e 1%. Foram realizados ensaios de compressão (Rcom), coesão (Rcoe), cisalhamento, análise de liberação de flúor, desafio erosivo (microdureza e espessura e perfilometria antes e após), microscopia óptica (MO), espectrofotometria, radiopacidade e citotoxicidade. Para confecção dos corpos de prova (CPs) a serem utilizados nos ensaios de compressão e coesão foram utilizados moldes de silicone em formato cilíndrico (6x4mm) e de ampulheta, respectivamente. No cisalhamento (n=5), a raiz do dente bovino foi seccionada, incluído em resina acrílica e a superfície vestibular polida na politriz. Na sequência foi colado bráquetes seguido da análise da resistência a colagem em máquina universal de ensaios mecânicos (EMIC, São José dos Pinhais, Paraná, Brasil). Para o desafio erosivo, os CPs foram confeccionados a partir de moldes de silicone em formato de discos (5x2mm). Após 24h, foi realizada a medição de espessura, perfilometria e microdureza. Após 48h da confecção dos CPs, foram imersos em recipientes contendo 30ml de ácido lático e lactato (ph 2,74) durante 24h; este mesmo ácido foi utilizado para medição de liberação de flúor em análise duplicata. Após 24h da imersão em ácido, foi feito nova medição de espessura, perfilometria e microdureza. Para avaliar a modificação de cor dos sistemas foi utilizado o sistema CIELAB (L*, a*, b*). Para isso, cada CP foi analisado em triplicata no colorímetro portátil DOHO modelo DR-10. Para o ensaio de Microscopia Óptica (MO), foi utilizado o microscópio óptico digital com aumento de 2000x e a espectrofotometria do material foi analisada em triplicata no colorímetro portátil DOHO modelo DR-10. Para avaliação da radiopacidade, 24h após a confecção dos CPs, eles foram desgastados com lixas de #400 até ficarem com 1,0 ± 0,1mm. Os valores médios de cinza dos materiais foram obtidos com o software Image J, e comparados a partir de suas médias. Para a citotoxicidade, foi usado o método vermelho neutro 24h após imersão de alíquota (100uL) de DMEM nas células L929, analisada em triplicata. Os resultados mostraram que a incorporação do OGr melhorou a RCom do Vidrion 0,5% (p=0,001), a Rcoe do GC Gold Label 0,25% (p=0,002) e 1% (p=0,033) e do GC Fuji Plus 0,5% (p=0,003) e 1% (p=0,033). No cisalhamento, o grupo GCFP 0,5% superou o grupo controle, mas não teve significância; o GCGL obteve menor resistência em todas as incorporações. Não houve perda de dureza após DE nos grupos Vitro Cem 0,25% (p=0,0560) e 0,5% (p=0,457) e Meron 0,5% (p=0,167) e já no grupo Vidrion 0,5% a dureza aumentou (p<0,001). Quanto à rugosidade, após DE não houve diferença estatística nos grupos do Meron, GCGL e Riva Luting e na liberação de flúor o grupo do Riva Luting mostrou melhor liberação de flúor no 0,25% (p<0,01) e 1% (p<0,001) comparado ao seu controle e o Vitro Cem 0,5% (p<0,05) também. A espectrofotometria evidenciou maior alteração de cor quanto maior a concentração de grafeno, e isso foi encontrado em todos os CIV’s-C. Em MO, observou-se aglomeração das partículas de grafeno em todos os CIV’s-C, com menor área de agregados no Riva Luting, Vitro Cem e Vidrion C. A viabilidade celular do GCGL melhorou em todas as incorporações do grafeno e o Vidrion e o Meron se mostraram mais radiopaco na presença do grafeno. Diante dos testes realizados, concluiu-se que a incorporação do OGr melhorou as propriedades mecânicas de alguns CIV’s-C, alterou a cor de todos, interferiu positivamente na liberação de flúor do Riva Luting e do Vitro Cem, melhorou a viabilidade celular do GCGL e a radiopacidade do Vidrion e do Meron.