Capítulo 1 - Este capítulo tem como objetivo fazer uma revisão bibliográfica sobre o uso da monensina na alimentação animal e a utilização de técnicas para a degradação desse ionóforo antes do uso do dejeto animal como adubo orgânico. Este ionóforo é amplamente utilizado como modulador ruminal na bovinocultura por sua ação em reduzir a metanogênse e perdas energéticas. No entanto, dejetos ainda contém monensina e esta pode prejudicar os tratamentos de resíduos com a digestão anaeróbia e compostagem, como a diminuição de produção de biogás ou redução das degradações de material orgânico. Com a técnica de separação de frações sólido-líquido, é possível reduzir quantidades de antibióticos tanto na fração sólida quanto a líquida, o que pode ser favorável para amenizar os prejuízos, além da menor quantidade de material fibroso, o que pode acarretar maior eficiência nos tratamentos de resíduos. Capítulo 2 – Objetivo: Realizar a caracterização e digestão anaeróbia dos dejetos de bovinos alimentados com inclusões de monensina, com separação das frações em dois tempos de retenção hidráulica (TRH). Foi observado redução nas massas de ST nos dejetos produzidos com o aumento dos níveis de monensina, com 4,76 kg (controle), chegando a 4,05 kg (7,2 mg). As massas de SV e FDN também seguiram o comportamento de ST. No entanto, ocorreu comportamento inverso nas massas de lignina, pois houve aumento de seus teores, partindo de 4,68% (controle) e na maior dose de monensina foi 11,36%. A matéria seca ingerida não foi influenciada pela monensina com média de 10,713 kg dia-1
. Na digestão anaeróbia a separação influenciou as reduções de ST, SV e FDN, alcançando maiores reduções e aumentando os potenciais de produção de biogás, metano e sua concentração, em relação aos sem separação. Porém, com o aumento nos níveis de monensina, houve decréscimos nos parâmetros avaliados, nos dois TRH adotados. O TRH20 foi menos eficiente em relação ao TRH30 nas degradações de sólidos e produções de biogás. Assim, recomenda-se para a digestão anaeróbia de dejetos bovinos contendo monensina adoção de TRH de 30 dias, com peneiramento dos substratos para melhor eficiência do processo. Capítulo 3 – Objetivo: realizar a compostagem dos dejetos de bovinos alimentados com crescentes doses de monensina e separação de frações sólido-líquido. A temperatura se
manteve na fase termofílica por quatro semanas consecutivas e, entre a 5ª e 9ª semana, ainda se manteve próxima da faixa termofílica, se igualando a temperatura ambiente nas últimas semanas de compostagem, indicando a finalização do processo. A maioria dos parâmetros avaliados (sólidos totais e voláteis, FDN, FDA, C) foram incialmente
influenciados pela monensina (p<0,05), com tendência a menores reduções no período inicial. No entanto, com o avanço da compostagem, foi possível se obter reduções elevadas mesmo na dose máxima de monensina utilizada. Esse comportamento ocorreu independente do peneiramento. As reduções de N iniciais não foram influenciadas (p>0,05) pela monensina, já para reduções totais os valores obtidos foram semelhantes com 37,2 e 38,51%, para NP e P, respectivamente. As concentrações de NPK (g/kg) não sofreram (p>0,05) influência das doses de monensina em ambos os peneiramentos, com médias de 29,3;12,9 e 1,2 para não peneirados, e 26,7; 10,4 e 0,9 para peneirados, assim
como os picos dos grupos funcionais. Conclui-se as concentrações de monensina utilizadas não influenciaram a qualidade do composto final e nem foi verificada influência do peneiramento na maioria dos parâmetros avaliados. Logo, os dejetos podem ser empregados de forma íntegra para a compostagem.