O objetivo do estudo foi avaliar a presença de assimetrias esqueléticas na base do crânio, terço médio facial e mandíbula em pacientes com neurofibromatose 1 (NF1) sem neurofibroma plexiforme facial em relação ao grupo controle, utilizando uma metodologia de superposição de modelos de superfície 3D a partir do espelhamento das imagens de tomografias de feixe cônico. A amostra do grupo NF1 foi formada por 23 tomografias de indivíduos com diagnóstico clínico de NF1, cadastrados no ambulatório de Diagnóstico Oral do HUAP-UFF e no Serviço de Diagnóstico Oral FO/UFRJ, que apresentavam o diagnóstico clínico da NF1 de acordo com os critérios estipulados pela recomendação de consenso internacional. O grupo controle foi formado por 23 pacientes com maloclusões de Classe I, que apresentassem documentação ortodôntica que incluísse tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), pareadas por idade e sexo em relação ao grupo NF1, selecionados a partir do banco de dados do Departamento de Ortodontia da FO/UFRJ. Foi realizado o cegamento dos arquivos. Foram identificados 32 pontos de referência. O scan e segmentação correspondente originais foram espelhados. Foram realizados registros das imagens originais e espelhadas relativas à base anterior do crânio e da mandíbula. Modelos de superfície foram gerados para cada registro e as diferenças 3D foram quantificadas. A normalidade da amostra foi verificada pelo teste de Shapiro-Wilk. Para as variáveis com distribuição normal foi utilizado o Teste-T independente e para as com distribuição não normal foi utilizado o teste de Mann-Whitney para comparação intergrupos. O nível de significância adotado foi de 0,05. Foi encontrada diferença estatística (2,421,58; p=0,046) apenas no yaw de maxila (rotação no eixo axial). Não foi observada assimetria entre as fossas glenóides, bem como não foram encontradas diferenças na base do crânio, dimensões da orbita e comprimento da maxila entre o grupo NF1 e grupo controle. Apesar de terem sido encontradas distâncias tridimensionais maiores no grupo NF1 entre gônios, incisuras sigmoides e processos coronoide dos modelos original e espelhado quando comparadas ao grupo controle, elas não foram estatisticamente significantes. Conclui-se que não foram verificadas assimetrias no grupo NF1, em comparação ao grupo controle, na base do crânio e na mandíbula, e no terço médio da face só foi encontrada assimetria no yaw da maxila.