O texto aqui apresentado propõe uma investigação do corpo e dos enredos presentes nas performances de Marcus Vinícius (1985-2012), construídas nos anos de 2007 e 2008, buscando identificar, em seus registros e arquivos de processos, a narrativa de sua criação atrelada a uma perspectiva queer. O estudo e a análise têm seu recorte teórico-metodológico vinculado à estética de gênero e sexualidade da contracultura, associadas à crítica genética e aos estudos de arquivos de criação de Marcus Vinícius. Com a análise, busca-se evidenciar como os arquivos podem revelar os mecanismos de sua produção artística e suas concepções de arte no cenário capixaba, atrelada a um breve histórico da temática queer nas obras construídas em solo espírito-santense. Com uma abordagem metodológica em Louro (2022), Butler (2010, 2023) e Salles (1992, 2013), propõe-se compreender a nomenclatura queer, que será posta em paralelo com os trabalhos artísticos de Marcus Vinícius, bem como a leitura de sua produção e interpretação de seus materiais de registros. Conclui-se, portanto, que Marcus Vinícius foi uma mente inovadora e genial de construção performática de seu tempo, além de enaltecer que o estado do Espírito Santo possui trabalhos artísticos geradores de possibilidades de análises queers e, por mais que muitas vezes não sejam citados, devido ao padrão heteronormativo-patriarcal, as leituras sobre os frutos de Marcus Vinícius, de alguma maneira, provam o contrário.