Este estudo investiga como os jornais The Washington Post e The New York Times contribuíram para a securitização da Tríplice Fronteira em 2019, ano marcado pela inauguração do Centro Integrado de Operações Fronteiriças em Foz do Iguaçu. Utilizando uma análise qualitativa exploratória baseada na Escola de Copenhague, foram examinadas notícias online desses veículos em julho e dezembro. A pesquisa revela que os jornais repetem estigmas ligados à Tríplice Fronteira, associando-a a supostas atividades terroristas do grupo Hezbollah, mesmo sem evidências concretas. A cobertura frequentemente remete ao atentado de 1994 na Argentina, reforçando a imagem da região como espaço de risco e inteligência, ao mesmo tempo em que traça paralelos com outras áreas de interesse dos EUA, como a Venezuela. Assim, o movimento de securitização da região parece consolidado no discurso midiático, sem provas, mas sustentado por uma narrativa amplamente aceita, ainda que novas ferramentas de segurança estejam presentes.