A pesquisa ‘Vozes silenciosas: os surdos como grupo social subalterno e a igreja como agente de inclusão’, tem-se por pretensão ampliar o diálogo acadêmico sobre a questão da subalternidade surda, contribuindo para uma maior conscientização e sensibilidade em relação às necessidades e experiências únicas dessa comunidade. Ao destacar as vozes silenciosas dos surdos, buscamos promover uma mudança positiva e significativa em direção a uma sociedade mais inclusiva e justa para todos. A justificada está pautada na relevância da compreensão das experiências dos surdos como um grupo social, bem como pela sua importância potencial na identificação de estratégias para promover a inclusão e o empoderamento dessa comunidade. É importante refletir sobre a realidade das pessoas surdas, que, apesar de existirem em várias partes do Brasil, ainda são invisibilizadas, estigmatizadas e marginalizadas pela sociedade. Não as encontramos com frequência nos lugares de convívio social, como escolas, universidades, cinemas, clubes, dentre outros espaços. Ao longo do tempo, esse grupo enfrentou inúmeros obstáculos para ser reconhecido como sujeito de direitos, com suas capacidades reconhecidas. As políticas públicas implementadas nas últimas décadas têm sido uma tentativa de atender a essas necessidades, negligenciadas por muito tempo. A promulgação da Lei nº 10.436 de 2002, reconhece a Libras como meio legal de comunicação e expressão, tornando obrigatória a sua adoção. São iniciativas fundamentais para fomentar a dignidade a essas pessoas, na busca por inclusão e visibilidade. Atualmente, a cidade de Dourados no Estado de Mato Grosso do Sul conta com a Central de Interpretação de Língua Brasileira de Sinais (CIL), um projeto do Governo Federal, ligado à Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência e à Secretaria de Direitos Humanos. Tem por objetivo estabelecer um elo entre os surdos e os ouvintes, com a finalidade de promover a comunicação por meio da Libras, visando a interação, preservação e garantia de alguns direitos em sociedade. Como aporte teórico será utilizado Antonio Gramsci, fundamental para as relações que emergem da sociedade e do Estado no contexto mais amplo do capitalismo e Lev Semionovitch Vigotski com as interações sociais. Pretende-se analisar a relação entre grupo de surdos e a sociedade, e verificar a influência que um exerce sobre o outro, ampliar o diálogo acadêmico sobre a questão da marginalização e exclusão dos surdos em muitos aspectos da sociedade, compreender barreiras linguísticas, sociais e culturais que dificultam sua plena participação e inclusão e identificar estratégias eficazes para promover a inclusão e a participação plena dos surdos na vida em sociedade em geral. A metodologia de pesquisa foi empírica, com pesquisa de campo, análise bibliográfica, documental e produções acadêmicas que envolvam o tema abordado, fundamentado na perspectiva da constituição do ser humano como um ser social, isto é, que vive em sociedade. Por fim, a pesquisa contou com apoio da Pastoral dos Surdos da Igreja São Jose da cidade de Dourados no Estado de Mato Grosso do Sul.