A presente dissertação tem por objetivo compreender o envolvimento das mulheres guineenses no trabalho informal, destacando sua importância para manutenção de muitas famílias e para o desenvolvimento socioeconômico de Guiné-Bissau. Isso porque, neste país, o trabalho informal desponta como um fenômeno essencial, sendo entendida como uma reação resiliente das camadas mais desfavorecidas, principalmente as mulheres. O trabalho buscou analisar especialmente as relações de gênero em sua conexão com as dinâmicas do trabalho informal em Guiné-Bissau. Por isso, foi destacado o papel do trabalho das bideiras na luta pela independência financeira e, em seguida, no combate ao analfabetismo e na busca de educação superior aos seus filhos. Em termos metodológicos, foi usado uma abordagem qualitativa, com a realização de visitas e entrevistas, em diferentes cidades das regiões do país, que permitiram analisar com profundidade a realidade das mulheres no setor informal. A pesquisa permitiu evidenciar que o trabalho informal realizado pelas mulheres guineenses tem função fundamental no desenvolvimento de Guiné-Bissau, mas é profundamente invisibilizado e desvalorizado, exigindo um esforço coordenado que envolva toda a estrutura do país (governo, empresas e organizações da sociedade civil). Isso inclui a promoção de empregos formais e seguros, o fortalecimento das regulamentações trabalhistas, o investimento em educação e formação profissional, a eliminação da discriminação de gênero e o estímulo à diversificação econômica.