Os autores deste estudo avaliaram, tridimensionalmente a acurácia do planejamento virtual de alinhadores "in office" comparando o "setup" virtual (T1) com o modelo final após o tratamento (T2). Foram analisados 64 modelos dentários virtuais em formato STL de arcos dentários maxilares e mandibulares de indivíduos que haviam realizado tratamento prévio com alinhadores ortodônticos fabricados em consultório em clínica privada. A sobreposição dos modelos T1 e T2 foi realizada usando pontos de referência em superfícies dentárias, com análise no programa Slicer CMF (versão 4.11). Os dados foram analisados com o programa JAMOVI (versão 1.2), adotando nível de significância de 5%. Realizou-se estatística descritiva (mediana e intervalo interquartil) para as variáveis do estudo, sendo aplicado o teste de Wilcoxon. Adotou -se como referência de valores estatisticamente significativos acima de 0,5 mm de deslocamento linear e acima de 2° de movimento angular. Foram avaliadas angulações mésio-distal e vestíbulo-lingual dos incisivos, além de distâncias entre bordas incisais nos sentidos ântero-posterior, direito-esquerdo e súpero-inferior, e medidas intermolares e intercaninos. Os resultados indicaram a ausência de diferenças estatisticamente significativas nas medidas angulares, entre os tempos T1 e T2 . Em relação às medidas lineares, como a distância entre bordas incisais, distâncias intermolares e intercaninas, também não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os modelos planejados e os finais (p>0,05). Conclui-se que a configuração digital planejada no "setup" inicial não apresentou discrepâncias em relação ao modelo final obtido após o tratamento ortodôntico com alinhadores produzidos no consultório. Portanto, demonstra a previsibilidade do movimento dentário realizado com uso de alinhadores "in office".