Este estudo teve como objetivo geral conhecer e discutir os principais métodos e abordagens que trabalham com as pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Esse objetivo desdobra-se em: conhecer a produção acadêmica acerca do tema divulgado no Programa de Pós-Graduação em Educação do Centro de Educação da Ufes; e conhecer e analisar as principais mudanças conceituais do Transtorno do Espectro Autista. Para este estudo, utilizamos uma metodologia qualitativa, por meio de um estudo teórico, bibliográfico e conceitual, que se desenvolveu à luz do aporte teórico da perspectiva histórico-cultural. Optamos por essa perspectiva, pois acreditamos ser uma corrente teórica que permite (re)conhecer o sujeito, com ou sem deficiência, como social, histórico e produtor e reprodutor de cultura. Assim, partimos do princípio de que a pessoa com TEA é capaz de olhar o mundo, percebê-lo e reinventá-lo de acordo com suas próprias necessidades e experiências no contexto sociocultural. Acreditamos que esse grupo tem muito a dizer e diz sobre si, sobre as intervenções/tratamento e ações pedagógicas que atravessam
sua vida. À medida que se percorrem os aspectos conceituais e o amparo legal, percebemos que a forma de compreender o TEA na atualidade perpassa os aspectos sociais, históricos, culturais, políticos, econômicos e teóricos. Dito isso, elegemos a psicanálise, a Análise do Comportamento Aplicada (ABA), o Método Denver, o Modelo
DIR®/Floortime e a perspectiva histórico-cultural como principais métodos e abordagens de trabalho com as pessoas com TEA. Buscamos entender a práxis de cada um e como compreendem e atuam com esse público. Nas discussões,
percebemos que a psicanálise e a perspectiva histórico-cultural podem corroborar a quebra de concepções de culpabilização, patologização, déficit e segregação que incidem sobre esses sujeitos. Assim, reconhecem a potencialidade de cada um. Em contrapartida, a ABA, o Método Denver e o Modelo DIR®/Floortime, respectivamente,
a primeira em maior grau e as outras duas em menor medida, optam por uma perspectiva organicista que favorece os manuais diagnósticos, e consequentemente, reforçam os imperativos reducionistas de incapacidade e comparação. Por fim, concluímos que é necessário compreender de forma ampla e crítica as diversas concepções sobre o TEA e como atuam com elas, visto que constitui uma temática cheia de controvérsias, disputas e inconclusões.