O trabalho de dissertação elucida os desafios da transposição didática de conteúdo para alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no ensino médio técnico integrado. A pesquisa objetivou investigar as questões da aprendizagem desses estudantes, tais como: Quais as principais dificuldades no ensino de estudantes com TEA? Quais estratégias educacionais são adequadas para esses alunos? Qual a eficiência da formação continuada para capacitar professores e técnicos da educação na ensinagem de alunos com TEA? Para isso utilizou-se dos pressupostos da pesquisa-ação, a partir das etapas de elaboração, aplicação, avaliação e reflexão. Durante a fase de diagnóstico, a população foi constituída por 17 educadores vinculados ao Instituto Federal do Acre – Campus Rio Branco, onde optou-se pela análise categorial descritiva de um questionário semiestruturado, através de formulário digital, para obter dados empíricos sobre as dificuldades enfrentadas por educadores no ensino desses alunos. Na investigação exploratória, realizou-se uma revisão sistemática através da busca, seleção, categorização e metanálise de 32 trabalhos entre teses e dissertações publicadas no Brasil no período de 2017 a 2023, com foco nas estratégias e metodologias educacionais para pessoas com TEA. Na fase de intervenção da pesquisa avalia-se as etapas de elaboração, com base nos achados da pesquisa-ação sobre o TEA e aplicação de um curso de formação continuada a 175 educadores, dentre estes, professores da rede pública e da educação profissional e tecnológica, técnicos administrativos em educação e estudantes de licenciatura em processo de finalização da graduação. Para isso, utilizou-se análise descritiva categorial e coletou-se dados de 53 respostas em formulários digitais preenchidos pelos participantes do curso. A partir dos resultados, observa-se que 64,7% dos participantes da primeira etapa não possuíam formação em TEA. Identifica-se também que a falta de estratégias adequadas para a adaptação curricular, assim como, a necessidade de revisão das práticas pedagógicas e de maior suporte para os educadores são obstáculos na ensinagem desses alunos. As descobertas da etapa exploratória indicam que a adaptação curricular, a contação de histórias, a formação docente, a aplicação de jogos, materiais e recursos didáticos, a mediação pedagógica, a pedagogia dos multiletramentos, as práticas corporais e o uso de tecnologia assistiva são estratégias adequadas de ensino para alunos com TEA. As implicações da investigação-intervenção levam para a conclusão de que os participantes se identificaram com o campo de estudo e adquiriram conhecimento de caráter formador. Conclui-se que a formação docente e continuada de professores se provou uma estratégia definitiva para a pesquisa-ação de saberes pedagógicos na ensinagem de alunos com TEA e na constituição de saberes docentes, possibilitando uma consequente inclusão de alunos com TEA. A pesquisa de dissertação tem como produto um roteiro de curso de formação continuada que pode ser replicado e reutilizado em pesquisas futuras.