Esta tese busca aprofundar-se na dinâmica do Partido de Representação Popular (PRP) dentro do cenário político da era pós-1945 no estado do Espírito Santo. O foco principal é analisar o desempenho eleitoral do partido e as dinâmicas políticas internas. Além disso, nossa investigação adentra o envolvimento dos membros do PRP na administração pública estadual e avalia as ações políticas dos deputados estaduais do PRP/ES dentro da Assembleia Legislativa estadual. Partimos da hipótese de que o PRP/ES internalizou os conceitos integralistas, adaptando-os à conjuntura democrática entre os anos de 1945 e 1965. Cabe ressaltar que nesta agremiação política havia membros que anteriormente pertenciam à Ação Integralista Brasileira e outros que foram gradualmente assimilados aos princípios do Integralismo. Com o intuito de analisarmos o objeto-problema, buscamos descrever estatisticamente os dados eleitorais do período considerado, possibilitando a análise da trajetória político-eleitoral do PRP/ES. Para tanto, analisamos as fontes documentais presentes no Arquivo Público Estadual do Espírito Santo (APPES), na Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo (ALES), no Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Espírito Santo (TRE) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além das fontes jornalísticas, especialmente os jornais A Gazeta, Folha Capixaba: vespertino de defesa da terra e do povo do Espírito Santo, A Época e Folha do Povo: o vespertino do Espírito Santo, abrangendo o interregno considerado. Tais fontes nos permitiram compreender a conjuntura política e também analisar os discursos e práticas político-partidárias. Ademais, essas fontes elucidam o objeto-problema, bem como os interesses políticos em jogo no processo de democratização. Em certo sentido, entendemos que o PRP/ES, além de se configurar como um partido decisivo nas eleições estaduais nas décadas de 1950 a 1960, foi a única organização política a ter um crescimento ascendente em todas as eleições estaduais, permitindo-lhe disputar o campo político estadual. Por último, consideramos que a agremiação política defendeu os princípios integralistas desde a sua fundação até sua extinção, em algumas situações de forma mais incisiva e em outras de forma mais tímida. Isso ocorreu tanto no Poder Legislativo estadual quanto no Poder Executivo estadual, quando este partido fez parte da administração pública.