Dos diversos tipos de gêneros musicais, movimentos políticos e culturais existentes no Brasil, o Funk possui presença notória dentro e fora do país. Sabendo-se que muito do que é reproduzido na sociedade, também acontece nas instituições de educação, são nas escolas, sobretudo na região metropolitana do Rio de Janeiro, que o Funk aparece sendo tocados nos celulares dos estudantes, em seus corpos que cantarolam e dançam com as batidas, com os cortes de cabelo e penteados que carregam e também a partir de professores que usam o Funk como ferramenta didática no processo de ensino-aprendizagem. Levando em consideração a importância da educação antirracista no combate a criminalização do Funk e dos Funkeiros, o objetivo principal desta dissertação é investigar as diferentes formas de como o Funk pode contribuir para o Fazer Geográfico Enegrecido através da caracterização dos elementos que compõem o movimento político e cultural do Funk Carioca e na construção de métodos e metodologias baseados no Funk para o ensino de Geografia. A partir da afroperspectiva e da afrocentricidade como referenciais teóricos a proposta é dar agência ao Funk Carioca e a tudo aquilo que ele pode contribuir para o fazer geográfico enegrecido. Utilizo como fontes principais o levantamento bibliográfico, observação participante no programa de residência artística Estude o Funk na Fundição Progresso de produtores e artistas do Funk e relatos das minhas experiências enegrecidas aplicadas em sala de aula baseada no conceito de escrevivência de Conceição Evaristo (2017b). A pesquisa permitiu identificar as diversas trilhas que podem ser criadas a partir do Funk Carioca para se promover uma educação pró-negritude e antirracista no ensino de Geografia.