O presente trabalho se destina a analisar a relação entre as pautas contemporâneas dos movimentos sociais indígenas eo currículo de escolas indígenas no tocante ao ensino de geografia, com a finalidade de contribuir com a visibilidade de questões indígenas na educação básica.Para tal, utilizamos o recorte doColégio Indígena Estadual Guarani Karai Kuery Renda, localizado em Angra dos Reis, Rio de Janeiro. Os movimentos sociais são representações coletivas de interesses comuns a um grupo. Sua face é identitária e política. Em 2005 o movimento social indígena criou a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) a fim de representar os interesses políticos dos povos indígenas em todas as regiões do país. Sua principal pauta é a demarcação de terras, garantida pela Constituição de 1988. Sem hierarquizar as pautas posteriores, a pauta da educação escolar indígena emerge com diversas demandas, como a autonomia de gestão das escolas, o ensino bilíngüe e intercultural em todas as aldeias – que permitirem –, material didático específico para cada povo e cultura e educação de qualidade e continuada nas aldeias. As concepções de território fornecidas pela Geografia possibilitam vislumbrar diferentes nuances dos embates indígenas por sua sobrevivência biológica, epistêmica e cultural.