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Dados do Trabalhos de Conclusão

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ODONTOLOGIA (31001017059P2)
Influência de metais pesados, plastificantes, vitamina D e cálcio nos distúrbios de desenvolvimento e de erupção em dentes decíduos: Revisões de escopo, sistemática e uma coorte de nascimento
ANA LUCIA VOLLU DA SILVA
TESE
21/08/2024

A presente tese consiste em quatro estudos, que originaram quatro artigos, e dois produtos técnicos. O estudo 1 é uma revisão sistemática que investigou a associação entre o baixo nível sérico de 25(OH)D (vitamina D) e defeitos de desenvolvimento dentário (DDD) em dentes decíduos humanos. A qualidade dos estudos incluídos (n=7) foi avaliada pela escala NOS e a certeza da evidência pelo GRADE. Apenas defeitos de desenvolvimento do esmalte (DDE) foram observados nos 7 estudos. A prevalência de DDE variou de 8,9% a 66%. Um estudo identificou associação entre hipomineralização do segundo molar decíduo e baixos níveis de Vitamina D no cordão umbilical. Falhas metodológicas foram observadas em todos os estudos. O estudo 2 visou identificar possíveis efeitos da exposição a metais no desenvolvimento de defeitos e alterações de erupção dos dentes decíduos, de animais ou humanos, por meio de uma revisão de escopo. A qualidade metodológica foi averiguada por ferramentas de avaliação crítica do Joanna Briggs Institute. Cinco estudos em humanos compuseram a revisão, 4 transversais e um de coorte. Entre eles, dois observaram maior rugosidade ou degradação na superfície de dentes com maior concentração de cádmio e chumbo e um detectou correlações positiva e negativa, respectivamente, entre o nível de cobalto e o tempo de erupção do primeiro dente, e o número de dentes presentes aos 12 meses de vida. Risco de vieses foram observados em todos os estudos, especialmente nos transversais, entre os quais, somente um estudo não falhou em todos os itens do instrumento utilizado para qualificação. O estudo 3 objetivou investigar a influência dos níveis séricos de vitamina D, cálcio e de metais pesados na ocorrência de DDE em incisivos decíduos de bebês em uma coorte de nascimento. Níveis séricos de vitamina D, cálcio, arsênio, cádmio, chumbo e mercúrio no sangue do cordão umbilical foram analisados. Além disso, dados pré e perinatais foram coletados por entrevistas e prontuários. Exames clínicos dos bebês, aos 3, 6, 12 e 24 meses, foram realizados por um único examinador, calibrado para o Índice DDE modificado e cego para os níveis séricos no cordão umbilical. Os exames odontológicos foram conduzidos para detecção de presença/ausência de DDE nos incisivos decíduos. Também foram avaliados tipo, cor, localização e gravidade dos DDE. As proporções das variáveis estudadas foram comparadas entre os bebês com e sem DDE, por meio do teste qui-quadrado. Utilizaram-se modelos de regressão de Poisson para estimar os riscos relativos brutos e ajustados e seus respectivos IC 95%. Dos 306 bebês, 52,3% eram meninos, filhos de mães que fizeram uso de medicamentos (93%), suplementos vitamínicos (SV) (89,9%), álcool (38%) e tabaco (11,4%); além de terem apresentado diabetes (27,9%), hipertensão (19,6%) ou infecção (14,6%) durante a gestação. A média da idade gestacional foi de 38,02 semanas e 14,4% dos nascimentos foram prematuros. A maioria dos bebês apresentava peso normal (88,8%), tamanho adequado (88,1%), índice APGAR ≥ 7 no 1º minuto (88,6%) e mamava exclusivamente no peito quando recebeu alta da maternidade (AE) (90,6%). A maioria apresentava níveis normais de vitamina D (52,6%) e cálcio (76,3%), enquanto os níveis de chumbo (60,5%) e mercúrio (55,2%) foram ≥ à mediana (0,800 µg/L). A incidência de DDE entre os bebês foi de 27,1% (83/306), sendo a opacidade demarcada o tipo mais comum. Vinte e seis bebês (26/83; 31,3%) apresentavam DDE em mais de um dos terços do 11 dente, 3 (3/83; 3,6%) tinham DDE de cor amarela ou marrom e 27 (27/83; 32,5%), DDE severo. O chumbo esteve associado à presença de DDE nos incisivos [1,616 (1,035;2,524)], exceto nos modelos ajustados pelo uso de SV durante a gestação e AE na alta, enquanto o mercúrio esteve associado ao DDE neste último modelo [1,588 (1,019; 2,475)]. O estudo 4 avaliou o papel dos plastificantes nos DDD em dentes decíduos ou permanentes através de uma revisão de escopo. De 1.716 estudos, 9 foram incluídos: 8 experimentais em ratos e um caso-controle em humanos. Crianças de mães expostas, na gestação, ao Bisfenol A (BFA), são 2,9 vezes mais sujeitas à hipomineralização molar incisivo; já em ratos expostos ao BFA ou di-(2- ethylhexyl) phthalate (DEHP), encontraram-se DDE e alterações do comprimento e da forma dentária. Quase todos investigaram proteínas e genes afetados pelo BFA (n=7) e DEHP (n=1), e detectaram polimorfismos em genes envolvidos na amelogênese. Os produtos técnicos 1 e 2 foram desenvolvidos como ferramentas de orientação em saúde bucal e nutricional, em linguagem simples, tendo como público-alvo gestantes ou futuras gestantes e responsáveis por crianças. Abordam o período dos primeiros 1000 dias de vida, sua importância para a saúde geral e bucal do indivíduo e descrevem hábitos e atitudes saudáveis de alimentação e higiene bucal, fundamentais para o período pré-natal e após o nascimento. Ambos estão registrados na Plataforma Pantheon UFRJ e foram utilizados para orientação dos responsáveis pelos bebês da coorte de nascimento do estudo 3. Conclui-se que a evidência disponível sobre a associação entre baixos níveis de vitamina D e DDE continua de muito baixa certeza. A exposição a alguns metais parece interferir na composição mineral dos dentes decíduos, sendo que estudos longitudinais bem desenhados são necessários para investigações adicionais adequadas. Assim, por meio do estudo de coorte, foi visto que principalmente o chumbo foi associado à presença de DDE nos incisivos decíduos de bebês. Quanto aos plastificantes, pouco se sabe a respeito do seu papel no desenvolvimento dentário de humanos, mas parece que a exposição a BFA e DEHP acarreta maior risco aos DDE e mudanças no comprimento e forma de incisivos em ratos. Além disso, o BFA pode ser um agente etiológico de DDE em humanos. Acrescenta-se que colaborar para o letramento em saúde de uma população leiga é papel da comunidade acadêmica. Desta forma, os produtos técnicos contribuem de forma primorosa, adaptando a linguagem de seus e-books à população alvo.

vitamina D;cálcio;metais pesados;plastificantes;exposição ambiental;dente decíduo;hipoplasia do esmalte dentário;anormalidades dentárias;erupção dentária;educação em saúde
This thesis consists of four studies, which resulted in four manuscripts, and two technical products. Study 1 was a systematic review that investigated the association between low serum level of 25(OH)D (vitamin D) and dental development defects (DDD) in human primary teeth. The quality of the included studies (n=7) was assessed using the NOS scale and the certainty of the evidence using GRADE. Only developmental defects of enamel (DDE) were observed by the 7 studies. The prevalence of DDE ranged from 8.9% to 66%. One study identified an association between hypomineralization of the deciduous second molar and low levels of vitamin D in the umbilical cord. Methodological flaws were observed in all studies. Study 2 aimed to identify possible effects of exposure to metals on the development of defects and eruption alterations of deciduous teeth of animals or humans, through a scoping review. The quality of the studies was assessed by the Joanna Briggs Institute Critical Appraisal tools. Five studies were included in the review, 4 cross-sectional and 1 cohort, all in humans. Two studies observed greater roughness or degradation on the surface of teeth with higher concentrations of cadmium and lead. One detected positive and negative correlations, respectively, between the cobalt level and the time of eruption of the first tooth, and the number of teeth present at 12 months. Risk of bias was observed in all studies, especially in cross-sectional ones, among which, only one study did not fail in all items of the instrument used for qualification. Study 3 aimed to investigate the influence of serum levels of vitamin D, calcium and heavy metals on the occurrence of DDE in primary incisors of babies in a birth cohort. Serum levels of vitamin D, calcium, arsenic, cadmium, lead and mercury in umbilical cord blood were analysed. In addition, pre- and perinatal data were collected through interviews and medical records. Clinical examinations of the babies, at 3, 6, 12 and 24 months, were performed by a single examiner calibrated to the modified DDE Index and blind to serum levels in the umbilical cord. Dental examinations were conducted to detect the presence/absence of DDE in the primary incisors. The type, color, location and severity of the DDE were also evaluated. The proportions of the studied variables were compared between babies with and without DED, using the chi-square test. Poisson regression models were used to estimate the crude and adjusted relative risks and their respective 95% CI. Of the 306 babies, 52.3% were boys, children of mothers who reported using medications (93%), vitamin supplements (VS) (89.9%), alcohol (38%) and tobacco (11.4%); in addition to having diabetes (27.9%), hypertension (19.6%) or infection (14.6%) during pregnancy. The mean gestational age was 38.02 and 14.4% of births were premature. The majority of babies had normal weight (88.8%), adequate size (88.1%), APGAR score ≥ 7 in the 1st minute (88.6%) and were exclusively breastfed when they were discharged from the hospital maternity ward (AE) (90.6%). The majority had normal levels of vitamin D (52.6%) and calcium (76.3%), while lead (60.5%) and mercury (55.2%) levels were ≥ the median (0,800 µg/L). The incidence of DDE among babies was 27.1% (83/306). The most common type of DDE was demarcated opacity. Twenty-six babies (26/83; 31.3%) had DDE in more than one third of the tooth, 3 (3/83; 3.61%) had yellow or brown DDE and e 27 (27/83; 33,5%) had severe DDE. Lead was associated with the presence of DDE in incisors [1.616 1.035;2.524)], except for the models adjusted for the use of SV during 13 pregnancy and EA at discharge, whereas mercury was associated with DDE in the latter model [1.588 (1.019; 2.475)]. Study 4 evaluated the role of plasticizers in DDD in deciduous or permanent teeth through a scoping review. Of 1,716 studies, 9 were included: 8 experimental in rats and one case-control in humans. Children of mothers exposed during pregnancy to Bisphenol A (BPA) are 2.9 times more subject to molar incisor hypomineralization. In rats exposed to BPA or di-(2-ethylhexyl) phthalate (DEHP), DDE was found in addition to changes in tooth shape and length. Almost all of them investigated proteins and genes affected by BPA (n=7) and DEHP (n=1), and detected polymorphisms in genes involved in amelogenesis. Technical products 1 and 2 were developed as guidance tools on oral and nutritional health, in simple language, targeting pregnant or future pregnant women and those responsible for children. They address the period of the first 1000 days of life, its importance for the individual's general and oral health and describe healthy eating and oral hygiene habits and attitudes, essentials in prenatal period and after birth. Both are registered at platform Pantheon UFRJ and were used to guide those responsible for babies in the birth cohort (study 3). It is concluded that the certainty of available evidence of the association between low levels of Vitamin D and DDE remains very low certainty. Exposure to some metals appears to interfere with the mineral composition of primary teeth, but well designed longitudinal studies are needed for adequate further nvestigation. Thus, through a cohort study, it was seen that mainly lead was associated to the presence of DDE in the primary incisors of babies. Little is known about the effect of plasticizers on tooth development in humans, but it appears that exposure to BPA and DEHP leads to a greater risk of DDE and changes in the length and shape of incisors in rats. Furthermore, BFA may be an etiological agent of DDE in humans. It should be added that contributing to the health literacy of a lay population is the role of the academic community. In this way, technical products contribute in a well-crafted way, adapting the language of their e-books to target population.
vitamin D;calcium;heavy metals;plasticizers;environmental exposure;deciduous tooth;enamel hypomineralization;tooth eruption;health education
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PORTUGUES
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
O trabalho possui divulgação autorizada
Vollú da Silva Ana Lúcia _tese_2024.pdf

Contexto

ODONTOPEDIATRIA
EPIDEMIOLOGIA E PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL
Ensaios clínicos observacionais e de intervenção em Odontopediatria.

Banca Examinadora

ANDREA FONSECA GONCALVES
DOCENTE - PERMANENTE
Sim
Nome Categoria
ADILIS KALINA ALEXANDRIA DE FRANCA Egresso - Doutorado
GLORIA FERNANDA BARBOSA DE ARAUJO CASTRO Docente - PERMANENTE
LUCIANNE COPLE MAIA DE FARIA Docente - PERMANENTE
IZABEL MONTEIRO D HYPPOLITO Participante Externo
ANDREA FONSECA GONCALVES Docente - PERMANENTE
MARIA AUGUSTA VISCONTI ROCHA PINTO Docente - PERMANENTE

Vínculo

Servidor Público
Instituição de Ensino e Pesquisa
Ensino e Pesquisa
Sim
Plataforma Sucupira
Capes UFRN RNP
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  • Versão do sistema: 3.87.0
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