A distinção acerca dos limites entre o natural e a naturalização dos processos físico-naturais no contexto brasileiro é um desafio crucial no ensino de Geografia Física e este estudo teve como objetivo aprofundar essa discussão estabelecendo a distinção do que é considerado como natural por definição e, discutir o problema da naturalização e a intrínseca relação entre fatores naturais e sociais. Tais limites foram definidos na perspectiva da Educação Geográfica no ensino de Geografia Física na Educação Básica em que o “Almanaque para o ensino das temáticas físico-naturais no 6º ano do Ensino Fundamental II – ano finais: entre o natural e a naturalização” foi produzido como um recurso paradidático que trouxe como possibilidade o ensino para além da forma tradicional, exigindo do professor estratégias pedagógicas e novas posturas para o ensino de Geografia. Além da verificação dos conceitos e temáticas físico-naturais da Geografia Física que aparecem com maior frequência no material didático do 6º ano, com enfoque nas escolas do município de Itiquira no Estado de Mato Grosso, a metodologia empregada combinou ainda a revisão bibliográfica para fundamentação teórica e conceitual da dissertação. A análise dos materiais didáticos evidenciou a necessidade de uma abordagem mais crítica e contextualizada das temáticas físico-naturais no ensino da Geografia Física. A partir dos resultados desta pesquisa é possível afirmar que o Almanaque é uma ferramenta versátil e eficaz que promoveu o desenvolvimento de habilidades necessárias na consolidação do pensamento espacial e do raciocínio geográfico, bem como contribuiu na prática pedagógica para um ensino de Geografia Física mais crítico e significativo que seja capaz de promover a formação de cidadãos mais conscientes e autônomos.