Esta dissertação tem o objetivo de examinar a conjuntura educacional do Brasil, analisando suas premissas teóricas a partir do movimento de reformas educacionais e o giro neoliberal ocorrido nos anos de 1990. A presente hipótese sugere que as reformas educacionais aprofundaram a desigualdade social no país produzindo um não-lugar (e deslugarização) da formação humana. Trata-se, portanto, de um fenômeno intrinsicamente relacionado com a totalidade neoliberal capitalista, na medida em que foram incorporadas, de maneira crescente, elementos de gestão empresarial em função da agenda de ofensiva burguesa que reconfigura suas necessidades pedagógicas para reprodução dos novos parâmetros de acumulação capitalista. O texto é dividido em três partes: primeiro, será realizada uma reflexão a partir do conceito de lugar e não-lugar com o objetivo de inventariar os principais conceitos analíticos que constituem a deslugarização da formação humana. Em seguida, me debruço sobre o início da conjuntura neoliberal do Brasil, buscando retratar suas principais prerrogativas e transformações da forma-conteúdo do processo formativo. Por último, como conclusão, retrato com autores relacionados a crítica da Pedagogia das Competências, algumas das consequências e da forma como o projeto educacional vem efetivando a deslugarização educacional.