O modelo de sítio-situação estrutura N-H-E é o padrão de ciência que no correr do
século XX se consolida como discurso geográfico em todo o mundo. Forma de acomodação
destinada a impedir ou minimizar a pulverização fragmentária que contém dentro de si
mesmo, esse modelo se sustenta, todavia, numa espécie de arquétipo que vem das fundações
originárias da Geografia (Moreira, 2014, p. 57). É sabido que a Geografia nasce para atender
aos governos e parece que assim tem permanecido até os dias atuais, uma vez que seus
conteúdos muito pouco levam à transformação dos alunos no que diz respeito aos seus
entendimentos sobre os que são repassados em sala de aula. Essa forma estrutural do saber
fragmentado e arquetípico na Geografia, intitulado pelo autor Ruy Moreira como N-H-E, tem
se materializado em Currículos e Livros didáticos por séculos, contribuindo incisivamente
para a perda do objeto de estudo da disciplina ao longo dos séculos. Sendo assim, a pesquisa
tem como objetivo, delinear a trajetória do arquétipo N-H-E na geografia desde Estrabão e
Ptolomeu até os dias atuais, balizada pelo autor Ruy Moreira, bem como apresentar as
perspectivas de arquétipo pelo autor, desde o lançamento na década de 1980 do texto:
Geografia, ecologia, ideologia: a “Totalidade Homem-Meio” Hoje até o texto do ano de 2019
intitulado: A torre, o palimpsesto e a expropriação: olhando Tricart, Ab’Saber e Quaini pelos
olhos da totalidade homem-meio. A metodologia utilizada foi o levantamento bibliográfico
das obras do autor Ruy Moreira nos últimos quarenta anos, ao que tange o arquétipo em suas
distintas reflexões acerca do assunto. O arquétipo N-H-E, é considerado um modelo
classificatório que tem se mantido sob o modelo de fragmentação das partes pertencentes a
um todo, bem como o “engavetamento” dos elementos da tríade por muitos séculos. A partir
da evolução do pensamento geográfico permeado por pesquisas e diálogos ao longo do tempo,
o N-H-E neste trabalho, será entendido como uma forma estrutural de se apresentar que se
materializa principalmente em alguns livros didáticos que são utilizados no país. Como forma,
seus elementos (Natureza, Homem e Economia) mesmo que atendam à uma estrutura, estão
dispostos pela compartimentação e fragmentação que a classificação tem oferecido. Após a
realização desta dissertação os resultados obtidos foram satisfatórios, uma vez que através dos
diálogos e reflexões do autor, uma categoria será proposta como um eixo estrutural dos
elementos da tríade podendo minimizar os impactos do arquétipo visto atualmente como
modelo classificatório, e aqui tratado como modelo estrutural para a geografia enquanto
ciência dos dias atuais.