Dentre os materiais poliméricos que podem ser utilizados como matriz no processamento de biocompósitos no setor da construção civil, o polietileno é considerado versátil, leve, durável e com boa processabilidade e o mesocarpo de babaçu apresenta propriedades que o tornam adequado para o uso na engenharia renovável, pois seus constituintes possuem boa resistência mecânica, rigidez, baixa densidade e biodegradabilidade. A possibilidade de incorporar valor econômico aos mais variados resíduos lignocelulósicos, combinada ao desenvolvimento ambiental sustentável tem entusiasmado as áreas industrial e científica na utilização de cargas vegetais como matéria-prima na confecção de compósitos poliméricos. Nesse contexto, o presente estudo desenvolveu biocompósitos de polietileno de alta densidade verde (PEADV), mesocarpo do babaçu em pó (MB) (1,5% e 3,0%), com e sem o agente compatibilizante enxertado com anidrido maleico (PEgMA) (3,0%), para possível aplicação como material na construção civil em canteiros de obras provisórios. Os biocompósitos foram produzidos em extrusora monorosca (L/D=26) e, em seguida, moldados por injeção. A morfologia dos compósitos, resistência à tração, resistência química, resistência ao impacto, eficiência da proteção UV e análise de variância foram avaliadas. Os biocompósitos produzidos apresentaram bom acabamento, superfície homogênea e alteração da pigmentação original do polímero em virtude da adição do mesocarpo de babaçu. Os resultados indicaram a existência de aglomerados do MB nos corpos de prova e uma melhor distribuição da carga na matriz polimérica com a incorporação do PEgMA. Os biocompósitos apresentaram menor alongamento no escoamento quando comparados à matriz pura e aumentos na tensão de escoamento e módulo de elasticidade foram observados nas formulações com adição de PEgMA. Maiores valores de tensão de escoamento e módulo de elasticidade foram obtidos após a exposição das amostras ao teste de resistência química em meios ácido (solução de ácido clorídrico) e básico (solução de hidróxido de sódio) por 14 e 21 dias, respectivamente, sugerindo a ocorrência de um possível processo de cristalização secundária. A energia absorvida na região do UV-Vis indicou estabilidade dos biocompósitos e maior eficiência de proteção contra luz UV dos mesmos em relação ao polímero puro. Com base nos resultados, o mesocarpo de babaçu apresenta potencial uso para o desenvolvimento de biocompósitos e sua aplicação na construção civil em tendas carpa para canteiros de obra.