A conversão e transição da cafeicultura convencional para a orgânica é fundamental que se reconheça a necessidade de seguir uma série de diretrizes e práticas que estejam em conformidade com o meio ambiente e com as regulamentações legais. Deve ser realizada em etapas, respeitando o tempo necessário para que os processos biológicos e educacionais se alinhem, levando em consideração também o aspecto humano e a estratégia escolhida pelo produtor rural. A presente pesquisa teve por finalidade o estudo de caso da transição da produção de café convencional para a orgânica no Sítio Recanto da Serra, localizado no município de Espera Feliz- MG. A pesquisa focou em 20 anos de trabalho na propriedade, mostrando os desafios no processo de transição para uma cafeicultura orgânica e os avanços com a certificação para o acesso ao mercado. A metodologia aplicada foi da História Oral, por intermédio de entrevistas semiestruturadas, que teve por objetivo a recuperação das memórias das experiências vivenciadas pela família com a agroecologia na cafeicultura. Também, analisaram-se os dados da unidade produtiva para entender o processo de transição orgânica e os impactos sofridos durante essa mudança, por meio do balanço financeiro. Foi fundamental compreender que essa transição é um processo gradual ao longo do tempo, envolvendo a mudança do manejo da agricultura convencional, centrada em insumos industriais, para a adoção dos princípios ecológicos. Os resultados conquistados com a certificação orgânica proporcionaram maior valorização da saca de café e a promoção social do Sítio Recanto da Serra como referência na região em unidade produtiva orgânica e socioeducativa.