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Dados do Trabalhos de Conclusão

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS (30001013002P8)
AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO PULMONAR E MUSCULAR PÓS COVID-19 EM PARTICIPANTES DA ONDA 4 DO ELSA BRASIL
GRAZYELLE MARIA SILVA PEREIRA DE MORAES
DISSERTAÇÃO
08/04/2025

Introdução: A COVID longa é uma nova entidade clínica observada em pacientes com histórico de COVID-19, caracterizada por sintomas que persistem desde a fase aguda ou por novos sintomas que surgem três meses após a resolução da fase aguda da doença. Esses sintomas duram pelo menos dois meses e não podem ser explicados por outro diagnóstico alternativo. A fadiga é um dos sintomas mais comuns da COVID longa. Estudos demonstraram comprometimento da função respiratória e da força muscular durante a fase aguda da infecção e nos estágios iniciais da recuperação, podendo persistir mesmo após a resolução da doença. Objetivos: Investigar a frequência de sintomas associados à COVID longa e sua relação com parâmetros objetivos de função pulmonar e muscular em participantes da Onda 4 do estudo ELSA-Brasil, com e sem histórico de episódio prévio de COVID-19. Métodos: Estudo observacional, transversal e descritivo realizado com participantes da Onda 4 dos exames do ELSA-Brasil, atendidos na Clínica de Investigação Cardiovascular em Vitória-ES, nos anos de 2022 e 2023. Os participantes que compareceram para os exames foram convidados a participar de um estudo complementar de avaliação respiratória. Dos 209 que aceitaram, 121 compareceram e completaram um questionário estruturado para obtenção de dados pessoais, histórico de episódios prévios de COVID-19, status vacinal, e realizaram avaliação da função respiratória por meio de espirometria, avaliação da força muscular respiratória por manovacuometria e avaliação da força de preensão manual por dinamometria manual. Os dados são apresentados como média ± desvio padrão para variáveis com distribuição normal e mediana com intervalo interquartil (IQR) para variáveis com distribuição não normal, juntamente com o número e percentual de indivíduos. O nível de significância estatística foi estabelecido em p<0,05. Resultados: Os 121 participantes apresentaram média de idade de 64,7 ± 7,9 anos, sem diferença significativa (p>0,05) entre os grupos com COVID (n = 79) e sem COVID (n = 42) em termos de idade e distribuição por sexo (56,7% mulheres). Entre os 79 participantes com COVID, 73 tiveram um ou mais casos leves da doença (sem necessidade de hospitalização). Dos seis que foram hospitalizados, nenhum precisou de ventilação assistida. Os sintomas mais prevalentes no grupo sem relato de COVID-19 foram sintomas neuropsiquiátricos, como memória fraca (42,8%), ansiedade (35,7%) e distúrbios do sono (33,3%). No grupo com COVID, os sintomas mais prevalentes foram memória fraca (41,7%), fadiga (39,2%) e queda de cabelo (32,9%). A mediana da pressão inspiratória máxima no grupo com COVID-19 foi de -96 cmH2O (IQR 78-116), e no grupo sem COVID, -95 cmH2O (IQR 62-120) (p>0,05). A mediana da pressão expiratória máxima no grupo com COVID-19 foi de 112 cmH2O (IQR 90-120), e no grupo sem COVID, 116 cmH2O (IQR 92-120) (p>0,05). A mediana da porcentagem prevista da capacidade vital forçada no teste de espirometria foi de 96% (89-102) no grupo com COVID e 95% (82-101) no grupo sem COVID (p>0,05). Para o volume expiratório forçado no primeiro segundo, a mediana da porcentagem prevista foi de 96% (87-105) no grupo com COVID e 91% (83-104) no grupo sem COVID (p>0,05). Também não houve diferença entre os grupos quanto à força de preensão manual. Conclusão: Os dados sugerem que os sintomas persistentes após a COVID-19 não estão relacionados a comprometimento da função pulmonar ou muscular e não estão associados a histórico prévio da doença.

COVID longa;função respiratória;fraqueza;força muscular.
Introduction: Long COVID is a new clinical entity found in patients with a history of COVID-19, characterized by symptoms that persist from the acute phase or new symptoms that appear three months after the resolution of the acute phase of the disease. These symptoms last for at least two months and cannot be explained by an alternative diagnosis. Fatigue is one of the most common symptoms of Long COVID. Studies have shown impairment in respiratory function and muscle strength during the acute infection phase and early recovery stages, which may persist even after disease resolution. Objectives: To investigate the frequency of symptoms associated with Long COVID and their relationship with objective parameters of pulmonary and muscular function in participants of Wave 4 of the ELSA-Brasil study, with and without a history of a previous episode of COVID-19. Methods: This was an observational, cross-sectional, and descriptive study conducted with participants of Wave 4 of the ELSA-Brasil examinations, attended at the Cardiovascular Investigation Clinic in Vitória-ES, in the years 2022 and 2023. Participants who came in for examinations were invited to participate in a supplementary study on respiratory assessment. Of the 209 who agreed, 121 attended and completed a structured questionnaire to obtain personal data, history of previous COVID-19 episodes, vaccination status, and underwent respiratory function assessment through spirometry, respiratory muscle strength assessment through manovacuometry, and handgrip strength evaluation through manual dynamometry. Data are presented as mean ± standard deviation for normally distributed variables and median with interquartile range (IQR) for non-normally distributed variables, along with the number and percentage of individuals. Statistical significance was set at p<0.05. Results: The 121 participants had a mean age of 64.7 ± 7.9 years, with no significant difference (p>0.05) between the groups with COVID (n = 79) and without COVID (n = 42) in terms of age and sex distribution (56.7% female). Among the 79 participants with COVID, 73 had one or more mild cases of the disease (without the need for hospitalization). Of the six who were hospitalized, none required assisted ventilation. The most prevalent symptoms in the group without reported COVID-19 were neuropsychiatric symptoms, such as weaker memory (42.8%), anxiety (35.7%), and sleep disturbances (33.3%). In the COVID group, the most prevalent symptoms were weaker memory (41.7%), fatigue (39.2%), and hair loss (32.9%). The median maximum inspiratory pressure in the COVID-19 group was -96 cmH2O (IQR 78-116), and in the non-COVID group, -95 cmH2O (IQR 62-120) (p>0.05). The median maximum expiratory pressure in the COVID-19 group was 112 cmH2O (IQR 90-120), and in the non-COVID group, 116 cmH2O (IQR 92-120) (p>0.05). The median percentage of predicted forced vital capacity in the spirometry test was 96% (89-102) in the COVID group and 95% (82-101) in the non-COVID group (p>0.05). For forced expiratory volume in one second the median predicted percentage was 96% (87-105) in the COVID group and 91% (83-104) in the non-COVID group (p>0.05). There was also no difference between groups in terms of handgrip strength. Conclusion: The data suggest that persistent symptoms after COVID-19 are not related to impaired pulmonary or muscular function and are not associated with a prior history of the disease.
Long COVID;respiratory function;weakness;muscle strength.
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PORTUGUES
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
O trabalho possui divulgação autorizada
DISSERTAÇÃO GRAZYELLE MORAES.docx - Grazyelle Moraes.pdf

Contexto

FISIOLOGIA
FISIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA CARDIOVASCULAR
Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto - Projeto ELSA-Brasil

Banca Examinadora

JOSE GERALDO MILL
DOCENTE - PERMANENTE
Sim
Nome Categoria
RAFAEL DE OLIVEIRA ALVIM Participante Externo
VERONICA LOURENCO WITTMER PASCOAL Participante Externo
JOSE GERALDO MILL Docente - PERMANENTE

Financiadores

Financiador - Programa Fomento Número de Meses
FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESPÍRITO SANTO - BOLSAS DE MESTRADO E DOUTORADO 24

Vínculo

-
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-
Não
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