As relações que permeiam o lócus escolar encontram-se repletas de interações que visam a elaboração de saberes científicos, entretanto nesse cenário de constituição do saber ecoam diversas vozes. Tendo em vista esse objeto e sua complexidade, a presente dissertação teve por objetivo, analisar como os propósitos e as ações do professor desenvolvem a argumentação dos alunos durante uma sequência de aulas dialógicas que contempla a discussão dos conhecimentos prévios dos discentes e posteriormente os resultados de uma atividade experimental. Para caracterizar a articulação do professor foi utilizada a ferramenta analítica “propósitos epistêmicos para promoção da argumentação” de Sasseron (2013) com aprimoramentos de Ferraz (2015), ao passo que utilizou-se do layout de Toulmin (TAP) (2006) e dos tipos de operações epistemológicas de Jiménez-Aleixandre, Rodríguez e Duschl (2000) para identificar respectivamente, os elementos, a estrutura e as operações efetuadas pelo alunado. A fonte de dados dessa pesquisa consistiu em registros extraídos de uma aula que abordou o conteúdo de cinética química através da discussão do processo de conservação da carne. A análise desse momento caracterizou diferentes tipos de argumentos construídos pelos alunos e sua estrutura, que possibilitaram desvelar como estes foram favorecidos pelo professor. O que nos permitiu concluir, que a articulação docente é imprescindível para a construção de situações argumentativas nas aulas experimentais. Haja visto, a necessidade da retomada de ideias, de evidencias, e da problematização acerca do objeto investigado pela comunidade em sala de aula.