O letramento crítico se constitui, atualmente, como um elemento necessário de ser trabalhado nos espaços educacionais. Destaca-se, nesta pesquisa, a importância desse trabalho para a Educação de Jovens e Adultos por considerar que esse público precisa desenvolver a interpretação de textos, já que estes, além de possuírem uma intencionalidade, refletem posições ideológicas ligadas diretamente à vida em seus diferentes aspectos. O objetivo deste trabalho é investigar as crenças dos professores sobre a utilização do letramento crítico no ensino de Língua Portuguesa na Educação de Jovens e Adultos, a partir do uso de histórias em quadrinhos. Para subsidiar teoricamente o estudo, nos fundamentamos nos pressupostos de Rojo (2012, 2016); Rojo e Barbosa (2017); Kleiman (2008); Bertoni-Ricardo e Stella (2016); Ribeiro (2016); Soares (2017); Vergueiro (2017); Vergueiro e Ramos (2014) e Paulo Freire (2014). Este trabalho trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva e interpretativista, inserida no contexto da linguística aplicada e realizada com três professoras de português, da EJA, no município de Patos-PB. Os instrumentos de coleta de dados foram a observação, questionário, entrevista, além de uma intervenção que abordou como utilizar as HQ’s, especificamente as tirinhas de Mafalda, para motivar o letramento crítico nas aulas, haja vista abordarem aspectos da vida social, cultural e política os quais permitem discussões enriquecedoras. Ao término da intervenção, foi aplicada a técnica de grupo focal para investigar as crenças construídas ao longo da pesquisa, comparando-as com as práticas em sala de aula e com as crenças preliminares das participantes. Os resultados mostraram que as participantes não possuíam definição clara sobre que é o letramento crítico. Possuem a crença na necessidade de trabalhar os conteúdos numa perspectiva social, que explora a criticidade do aluno, reconhecendo que isso pode ser desenvolvido através das HQ’s, especialmente das tirinhas apresentadas na intervenção. A pesquisa possibilitou a constatação de que o letramento crítico ainda é algo distante da prática de ensino, sendo, portanto, fundamental reconhecer a importância de um ensino de Língua Portuguesa, na EJA, que considere as histórias de vida dos educandos e estimule atividades de leitura e interpretação numa perspectiva crítica.